Estiagem afetou o desenvolvimento dos frutos e colheita, em peso,deve ser 5% menor do que na safra passada
A estiagem deste ano, entre agosto e setembro, prejudicou o desenvolvimento do pêssego produzido na região de Paranapanema (SP). Apesar de a baixa umidade ter inibido o ataque de pragas e doenças - que na safra passada foram responsáveis pela quebra de 30% da safra -, impediu também o desenvolvimento pleno dos frutos.
"O que temos é uma quantidade maior de frutos pequenos. No fim das contas, isso deve resultar, em toneladas, em uma safra ainda menor do que a passada", diz o gerente comercial Edvaldo Benvenuto, da Cooperativa Agroindustrial Holambra, de Paranapanema, que cultiva principalmente frutas de caroço, como pêssego, ameixa e nectarina. "Devemos produzir 5% a menos do que no ano passado", estima.
Mas o pior não é a redução do volume produzido, observa o gerente, mas sim o preço de mercado de um produto que, menor, vale menos. "O preço é definido de acordo com o tamanho do fruto, que pode receber classificação de um a sete. Ano passado a classificação média ficou entre quatro e cinco. Nesta safra está entre dois e três", diz. "Além disso, com o dólar desvalorizado, a entrada de fruta estrangeira é maior, o que aumenta a concorrência e pressiona, para baixo, os preços, atualmente no pior nível dos últimos cinco anos", diz o agrônomo Fernando Mascaro, da Sigma Agropesquisa, empresa que dá suporte técnico à cooperativa. Ele afirma que dos 12 produtores da cooperativa, que possuem pomares de 40 hectares em média, poucos, ou quase nenhum, conseguirão recuperar o investimento.
Irrigação. Em Piedade (SP), o produtor Eiji Enokizono conseguiu contornar esse problema irrigando o pomar. "Preferi não correr riscos e acabei colhendo um fruto de maior tamanho", diz. Entretanto, ele acredita que esta não seja a realidade dos demais 19 produtores da região, onde também choveu pouco durante a florada.
Veículo: O Estado de S.Paulo