Carrefour vende braço de turismo à CVC

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A venda dos 14 pontos do Carrefour Turismo para a CVC, anunciada ontem, faz parte dos planos do grupo de reorganizar seus negócios no país. O Valor apurou que os baixos resultados da venda de pacotes de viagem já tinham colocado a área na berlinda. Com a revelação, este mês, da baixa contábil de € 550 milhões no balanço do Carrefour Brasil, três vezes superior àquela estimada em outubro, referente a despesas não consideradas, o processo foi acelerado.

 

"O Carrefour tem pressa em apresentar resultados para a matriz e corrigir pontos da sua operação", diz uma fonte do Carrefour. Mas a "arrumação" da casa não passaria pela venda de ativos como farmácias e postos de gasolina, que são lucrativos.

 

Segundo outra fonte da varejista, o projeto do Carrefour Turismo pertencia à antiga administração, de Jean-Marc Pueyo, que deixou a presidência do Carrefour Brasil no fim de julho, pouco antes de a matriz anunciar uma auditoria na filial. "A área de turismo não recebia investimentos há algum tempo", diz esta fonte.

 

A operação do Carrefour Turismo foi iniciada há três anos na internet, já em parceria com a CVC, que se encarregava da oferta de pacotes. Agora, a CVC pagou R$ 10 milhões para ficar com os pontos dentro das lojas físicas, mas a marca Carrefour Turismo deve continuar no portal de comércio eletrônico da rede.

 

A reorganização dos negócios do Carrefour no país passa pela revisão do modelo de hipermercados. No lugar de um estabelecimento com cerca de 50 caixas registradoras e mix muito extenso, a rede pretende adequar as lojas às demandas da região, reduzindo seu espaço.

 

Nesse sentido, a filial brasileira iniciou, ainda na gestão de Puyeo, uma avaliação dos seus imóveis para tentar novas maneiras de explorá-los. A Rossi avaliou, por exemplo, dois empreendimentos da rede na zona sul de São Paulo (na Marginal Pinheiros e na avenida Giovanni Gronchi). "A loja ocupa apenas 20% do espaço na Marginal, enquanto o resto é dedicado a estacionamento, o que é um desperdício, por se tratar de um espaço extremamente valorizado", diz um executivo que acompanhou as negociações. Uma ideia seria realocar a loja no terreno e liberar espaço para construir torres comerciais. Mas, no primeiro semestre, veio uma orientação da matriz de encerrar o processo. (Com Alberto Komatsu, de São Paulo)

 

Veículo: Valor Econômico


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