O preço do arroz perde força no Sul. Um dos reflexos desse enfraquecimento foi a pequena adesão ao leilão de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) da Conab nesta semana.
Apenas 25% das 125 mil toneladas colocadas à venda foram comercializadas.
Vlamir Brandalizze, analista do setor, diz que dois motivos provocaram esse pouco interesse do setor. Primeiro, a queda do dólar tornou os preços internos menos competitivos em relação aos externos.
Muitas das indústrias que pretendiam participar do leilão visavam colocar o arroz no mercado externo, diz Brandalizze.
Outro fator que enfraquece os preços é a parada para manutenção das indústrias a partir da segunda quinzena.
As atividades recomeçam em janeiro, quando as indústrias esperam que os preços estejam ainda menores do que os atuais devido à proximidade da colheita.
Os preços atuais do arroz estão abaixo do valor mínimo de R$ 25,80 por saca estabelecido pelo governo para o produto em casca. Segundo Brandalizze, a saca está entre R$ 24,50 e R$ 25,50, dependendo da região.
Pesquisa da Folha apontou R$ 25,20 em média para o cereal, mas em algumas regiões o produtor já recebe apenas R$ 24,50.
Brandalizze acredita que o preço do arroz poderá não se sustentar nas próximas semanas. O clima favorece a safra e a demanda diminui neste período do ano.
O cenário externo é de safra recorde: 451,4 milhões de toneladas, diz o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA). Embora seja 2% maior do que o volume da safra anterior, a estimativa atual reduz em 1,1% a expectativa de produção de há um mês.
A previsão de perda de ritmo da produção neste ano se deve a problemas de clima na Ásia. Essa queda poderia ser maior ainda não fosse a melhora de produção registrada pela Austrália. Há cinco safras em queda devido a secas, a produção do país se recupera neste ano.
Veículo: Folha de S.Paulo