Vendas de produtos de limpeza crescem 11% e chegam a R$ 13,5 bi

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Resultado é recorde histórico e mostra expansão de "commodities" e itens mais caros

 


O ritmo acelerado de lançamentos de produtos no país, somado ao aumento recente da demanda, levou a indústria de produtos de limpeza no Brasil a bater recorde histórico. A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla) irá anunciar hoje que o setor cresceu 11% neste ano em relação a 2009 . É a primeira vez que essa indústria atinge uma expansão de dois dígitos.

 

A receita bruta deve chegar a R$ 13,5 bilhões no ano, o maior volume da história - o montante cresce de forma constante desde 2003. As contas do ano foram feitas com base na expectativa de venda para dezembro - os pedidos ao varejo já foram fechados.

 
 
Existem dois movimentos paralelos: a compra maior de volumes de mercadorias "commodities", até então com vendas mais estáveis, como sabão e detergente; e a demanda mais forte por produtos que ocupavam discreto espaço nas gôndolas dos supermercados. Estas são mercadorias com preços acima da média do setor, e usadas com o propósito de ampliar o bem-estar na casa, como desorizadores de ambiente, vendidos por não menos que R$ 25 a unidade.

 

Nessas duas situações, há claramente perfis de compra distintos. Enquanto as classes de menor renda buscaram ampliar o volume de itens básicos comprados, o consumidor de maior poder de compra gastou para trazer maior conforto para casa. "Se antes o consumidor com menos recursos comprava o sabão em pó premium só para roupas finas, agora ele compra duas unidades e passa a usá-lo para lavar outras peças de roupas", diz Maria Eugenia Saldanha, presidente-executiva da Abipla. Ceras Johnson e Reckitt Benckiser são líderes desse setor no Brasil.

 

Há ainda uma outra questão, em decorrência das mudanças no padrão de vida do brasileiro nos últimos anos, que teve peso nesse aumento. A atual escalada nas vendas do setor da construção civil e automotivo acabaram abrindo terreno para uma nova onda de consumo na indústria de produtos para limpeza. "Seja um 'puxadinho' numa casa ou um novo apartamento, o fato é que cada novo ambiente criado eleva a venda de produtos da categoria", afirma a executiva. Entre as maiores altas estão os amaciantes (14%) e os limpadores multiuso (11%).

 

No caso do setor de automóveis, há um efeito positivo - e não perceptível num primeiro momento - com a boa fase do mercado. A recente disparada na venda de carros, com a redução no IPI , fez com que a nova classe média emergente trocasse de automóvel. E para reduzir gastos, visto que já é preciso arcar com o pagamento do novo bem, os consumidores acabam economizando ao fazer a limpeza do carro em casa.

 

Um dos efeitos mais evidentes desse crescimento é a expectativa de redução no consumo de produtos de limpeza caseiros ou "piratas", que chegaram a representar até 50% das vendas de alguns produtos há uma década. Segundo estimativa da Abipla, a informalidade caiu - a taxa mais alta está na água sanitária (42% das vendas), seguida pelo desinfetante (30%).

 

Os ganhos da indústria não refletiram-se em aumento expressivo de preços, segundo dados do IPCA, a inflação oficial medida pelo IBGE. O IPCA mostra que os produtos de limpeza registraram alta de apenas 1,09% de janeiro a outubro de 2010, abaixo do índice geral de 4,38% no período.

 

Veículo: Valor Econômico


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