Rede varejista segue otimista com elevação do compulsório

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O planejamento de estoques das redes varejistas segue firme para o próximo trimestre, mesmo após os anúncios de compulsórios do Banco Central (BC). Em alguns casos, as redes até comemoram as novas medidas, e acreditam que isso tornará o crescimento do mercado mais sustentável ao longo dos próximos anos, o que pode inclusive minimizar o calote entre os clientes.

 

Quem mantém a posição otimista no mercado é a rede de lojas Ricardo Eletro, que faz parte do Grupo Máquina de Vendas - uma fusão das redes de eletrônicos Ricardo Eletro e Insinuante -, que mesmo após as medidas aposta em um Natal com um crescimento de 15% a mais em relação ao ano passado, e ainda anuncia que deverá abrir mais dois centros de distribuição (Fortaleza (CE) e Recife (PE)), até o final do ano, para armazenar ainda mais mercadorias. "Nós vamos às compras diariamente, e vamos continuar com o mesmo procedimento, pois cerca de 95% das nossas vendas são feitas em no máximo 12 vezes", explicou o presidente da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes. Ele disse ainda que atualmente possui 250 fornecedores como o Electrolux, LG, Samsung e Whirlpool para suprir a demanda de mais de 70 pontos de vendas. "Na minha opinião, como vai ficar mais difícil para comprar carros, por exemplo, as pessoas vão investir em trocar utensílios do lar", opinou o presidente.

 

Quem concorda que as medidas do BC devem ser favoráveis para o segmento ter um crescimento sustentável a longo prazo é também o presidente das Lojas Salfer, Vanderley Gonçalves. Hoje a varejista atua com 120 pontos de vendas de eletrônicos no Sul do País e vende em até em 10 vezes sem juros - por isso acredita que não há impacto a ponto de criar modificações no estoque.

 

No ramo supermercadista, a Giassi, que atua no Sul do Brasil, também mantém sua expectativa para o Natal de aumentar as vendas até 15% em 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o presidente do grupo, Zefiro Giassi, isso deve fazer com que os consumidores comecem a comprar pensando no seu salário. "A medida vai criar no País um consumo sustentável e com que as pessoas comecem a comprar o próprio dinheiro. Hoje eu parcelo em no máximo seis vezes sem juros no cartão de crédito produtos do bazar. Mais do que isso não compensa", enfatizou.

 

Mercado

 

Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) não deverá haver alteração no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia ( Selic) nesta ou na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 18 e 19 de janeiro de 2011. Para a entidade que representa o varejo brasileiro, com mais de 800 mil pontos de vendas afiliados em todo o País, as medidas tomadas na última sexta-feira pelo BC para conter o crédito são suficientes para reverter qualquer tendência de elevação da inflação que justificasse um aumento da Selic neste momento ou num futuro.

 

A CNDL alerta, entretanto, para a necessidade de redução dos gastos públicos como medida complementar às já adotadas no sentido de minimizar a pressão sobre a demanda doméstica. "Não basta o setor produtivo frear um pouco seu consumo se o governo não fizer a sua parte. Se não houver redução nos gastos governamentais, é provável que mais peso seja repassado para a sociedade. Está na hora do governo agir", defendeu o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro.

 

As recentes medidas adotadas pelo Banco Central, na avaliação da Serasa, não devem produzir efeitos concretos ainda neste ano. Seus reflexos deverão ser notados com maiores impactos a partir do início de 2011. A principal é a retirada de R$ 61 bilhões da economia brasileira para frear a oferta de crédito, estimulada durante a crise financeira mundial, e aumentar a segurança no setor. O anúncio foi feito pelo presidente do BC Henrique Meirelles.

 

O resultado de novembro demonstra que os consumidores do setor continuam otimistas. Segundo análise de crédito Serasa Experian, o indicador da entidade cresceu 6,2% em relação a outubro e chegou ao maior nível da série iniciada em janeiro de 2007. No acumulado do ano, os consumidores de baixa renda continuaram a liderar a busca por crédito, com crescimento de 43,9% de janeiro a novembro de 2010 sobre o mesmo período de 2009. No período, as regiões nordeste (17,3%) e sudeste (17,2%) seguem na liderança. Nas demais regiões o avanço varia: 13,2% (norte) e 14,5% (centro-oeste).

 

Veículo: DCI


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