Para atingir o objetivo de conquistar 1 bilhão de novos consumidores nos próximos dez anos, o grupo francês L'Oréal vai "acelerar fortemente" os investimentos em centros de pesquisa e inovação em países emergentes como o Brasil, que já representam 53% das vendas mundiais de cosméticos. O objetivo é criar produtos específicos para esses mercados, disse ontem, em Paris, Laurent Attal, seu vice-presidente e diretor-geral de pesquisa e inovação.
A L'Oréal vai estudar os hábitos culturais e os produtos emblemáticos dos países. Nos mercados emergentes, os artigos antitranspirantes e problemas de oleosidade e de pigmentação da pele são "desafios estratégicos", disse Attal.
O grupo francês ainda concentra suas pesquisas na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Das 3,3 mil pessoas que trabalham nos 18 centros de inovação da L'Oréal no mundo, 90% estão baseadas nesses mercados. Essa proporção vai mudar. "Vamos acelerar os investimentos, implantações, e reequilibrar os recursos dos centros de pesquisas nos países emergentes", diz Attal, sem detalhar valores.
Apenas a China, o terceiro maior mercado mundial da L'Oréal, atrás da França e dos Estados Unidos, e o Brasil, que ocupa o quarto lugar nesse ranking, têm polos de pesquisa fora do eixo dos países ricos. O plano é abrir centros desse tipo "em todas as grandes regiões do mundo". O centro brasileiro, no Rio, aberto em 2008 e voltado para pesquisas sobretudo na área de produtos capilares, ainda "é uma pequena unidade", diz Attal. Ele será ampliado.
Veículo: Valor Econômico