Alimentos: Marcas próprias e versões "saborizadas" aumentam vendas de carnes natalinas
No ano passado, a procura por peru, bacalhau, frangão e pernil suíno para as ceias de Natal e Réveillon foi tanta que, na reta final, faltou produto. Desta vez, o consumidor resolveu antecipar suas compras atraído também por duas novidades: as marcas próprias de carnes natalinas - que estreiam este ano nos supermercados com preços até 20% menores que o das marcas líderes - e as carnes "saborizadas". Por isso, frigoríficos e varejistas esperam vender até 25% mais que em 2009.
A Sadia, da Brasil Foods, por exemplo, está lançando o peru sabor manteiga com ervas. Há também o frangão Chester ao vinho e ao azeite e ervas. A Perdigão colocou no mercado o pernil ao vinho espumante. "Há um crescimento de segmentos de consumidores chamados 'novidadeiros', que querem inovar sempre", diz a gerente de inovação da Perdigão, Gláucia Gouveia.
"Além dessas carnes 'saborizadas', que estão despertando o apetite do consumidor, há também a marca própria que está chegando agora ao mercado", diz Luiz Paschoal, diretor comercial do Walmart Brasil. A rede comprou 400 toneladas de frangão natalino e está vendendo o produto sob a marca própria BomPreço. "A novidade chega ao mercado com preços até 20% mais barato que os líderes da categoria", diz o executivo.
Essa diferença de preço é bem expressiva, uma vez que os preços das carnes natalinas estão mais altos nesta temporada em relação a 2009. "Houve de 6% a 8% de aumento, reflexo, principalmente, dos custos dos grãos", diz Antonio Zambelli, diretor de marketing da Seara, controlada pela Marfrig.
Mesmo assim, os varejistas estão bem otimistas. No Grupo Pão de Açúcar, a expectativa é vender volumes 20% maiores de bacalhau, 25% mais de carnes suínas e 10% mais de aves. O Walmart prevê vendas 20% superiores que no mesmo período do ano passado.
Além dessas projeções, outro motivo está deixando os supermercadistas felizes: a antecipação das compras. Como perus e pernis fazem grande volume na geladeitra do consumidor, normalmente ele deixa a compra para os últimos dias antes do Natal e do Ano Novo. Tradicionalmente, segundo os varejistas, 80% das vendas acontecem nessa reta final. Mas desta vez ele resolveu experimentar os produtos antes das datas festivas, de acordo com Paschoal, do Walmart. "Das 400 toneladas de frangão, já vendemos 15% desde o início do mês e tudo indica que vamos vender bem mais nas semanas anteriores ao Natal e ao Ano Novo que nos outros anos", afirma o diretor.
"O próprio supermercadista incentiva essa distribuição das vendas", diz Orlando Morando, vice-presidente de comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas). "Tanto o consumidor quanto os varejistas não querem mais aquela correria gerada pela concentração de vendas na véspera das Festas", diz ele.
Fugir da confusão e de muito trabalho é outra ordem para muitos consumidores que agora encontram opções mais práticas oferecidas pelos frigoríficos. Há por exemplo, o Chester Assa Fácil, lançado pela Perdigão só no Estado de São Paulo, a farofa pronta, para rechear aves, e o peru desossado. "Ninguém quer passar o dia 24 todo na cozinha", afirma o diretor do Walmart.
Veículo: Valor Econômico