A central de cooperativas de leite mineira Itambé decidiu cancelar o projeto de abrir uma unidade em Brodósqui (SP), para ampliar a sua fábrica em Pará de Minas (MG), região central do Estado.
A Itambé irá investir R$ 100 milhões nos próximos dois anos para elevar de 10 milhões para 20 milhões de litros mensais a capacidade de processamento de leite longa vida e de 5 mil toneladas para 10 mil toneladas mensais a capacidade de iogurte. Pará de Minas já havia sido ampliada há dois anos.
A decisão da Itambé está diretamente vinculada à medida anunciada ontem pelo governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) de acabar com a isenção de ICMS para o leite produzido fora de Minas Gerais, estabelecendo alíquota de 12% para o produto e 18% para seus derivados. Com a medida, o Estado reage a uma decisão no mesmo sentido tomada pelo governo paulista em 2008. Internamente, a alíquota de ICMS para leite e derivados continuará zerada.
"Decidimos cancelar o projeto de São Paulo em função dessa nova política tributária de Minas Gerais. O terreno de Brodósqui, que já está licenciado ambientalmente, deverá ser vendido", afirmou o presidente da Itambé, Jaques Gontijo. Embora o cancelamento em São Paulo esteja relacionado à decisão de ampliar a fábrica em Minas, os investimentos não são equivalentes. A fábrica de Brodósqui, que havia sido anunciada em maio de 2009, era uma inversão de R$ 20 milhões para o processamento de 300 mil litros diários.
Segundo o governo estadual, Minas tem a maior bacia leiteira do Brasil, com 7,9 bilhões de litros anuais, ou 28% da produção nacional. A Itambé processa 5 milhões de litros/ dia em cinco fábricas.
No protocolo de intenções assinado ontem entre a central e o governo estadual, a Itambé se comprometeu a trabalhar com fornecedores e prestadores de serviço do Estado e emplacar toda a sua frota de veículos em Minas dentro de um ano. Já o governo estadual acena com financiamentos do capital de giro e do investimento pelo estatal BDMG.
Veículo: Valor Econômico