Frozen é sorvete, não iogurte, diz promotor

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Maioria das lojas usa mistura em pó com leite e não tem tabela nutricional com dados sobre as caldas

 

Apesar do nome, o frozen yogurt está mais para sorvete do que para iogurte gelado, diz o promotor Pedro Rubim Borges Fortes, do Ministério Público do RJ.
"As empresas induzem o consumidor a erro, posicionando o produto como se fosse um iogurte gelado, sendo que, na verdade, se trata de um sorvete."

 

Ele está investigando as redes fabricantes. O inquérito civil foi aberto depois que um consumidor não conseguiu saber na loja do que era feita a massa da sobremesa.
A investigação começou com uma marca, mas, segundo o promotor, constatou-se que a falta de informações era comum no mercado.

 

Outras empresas foram chamadas para prestar esclarecimentos e ainda não se manifestaram.
"O consumidor deveria saber o percentual de iogurte usado nos frozens, já que esse é o principal atrativo do produto", afirma.

 

A sobremesa, que virou moda no Rio e depois em São Paulo, tem a consistência de um sorvete. Uma porção de 100 g tem em torno de 90 calorias, mesma quantidade de um sorvete de creme light.
O iogurte usado no preparo é, na maioria das vezes, desidratado. "O iogurte tem culturas de bactérias que deixam o leite mais digestivo. Quando é desidratado, parte dessas culturas se perde", iz Adriane Antunes de Moraes, nutricionista e pesquisadora da Unicamp.

 

Além disso, pouco se sabe sobre a receita das grandes redes que vendem o produto. A maioria usa misturas importadas feitas com iogurte em pó. A fórmula é adicionada a leite e refrigerada.

 

CALORIAS A MAIS

 

Dependendo das caldas e complementos, a sobremesa fica mais calórica do que um sorvete tradicional.
Um frozen médio coberto com biscoito de chocolate, confeitos e calda de chocolate tem 450 calorias. Das cinco maiores redes, só uma disponibiliza os valores nutricionais dos complementos.
"Se colocar muitos complementos, a pessoa vai estar se enganando", diz a nutricionista Cyntia Carla da Silva, do Hospital do Coração.

 

Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, da Equilibrium Consultoria, o problema é o excesso.
"O frozen tem seu lado positivo. É um alimento com cálcio e de baixa caloria. Se você colocar uma colher de calda, ainda compensa."

 

Outro problema é o tamanho da porção. As tabelas nutricionais das lojas são calculadas para 100 g e as menores porções vendidas às vezes têm 120 g.
"É fundamental o consumidor prestar atenção no tamanho da porção e não comprar as maiores, de 500 g."

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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