A Lojas Americanas, dona de 54,94% do capital da B2W, prepara-se para adquirir o total das ações da subsidiária e fechar seu capital, provavelmente ainda neste trimestre, em uma operação estimada em cerca de R$ 1,7 bilhão. A forma mais provável para isso é a incorporação, sem a necessidade de oferta pública.
A Lojas Americanas estava impedida, por quatro anos, de adquirir ações da controlada que superassem 10% dos papéis em circulação sem anuência prévia da maioria dos membros independentes do conselho de administração. O acordo, assinado em dezembro de 2006, quando foram unidas as operações de Submarino e Americanas, expirou.
A ideia seria aproveitar os preços baixos das ações da B2W e as sinergias que permitiriam corte de custos. Do dia da estreia, 8 agosto de 2007, até o fechamento de ontem, as ações da B2W acumulam perda de 62%. No mesmo período, os papéis da Lojas Americanas recuaram 9%.
Os acionistas majoritários das Lojas Americanas chegaram a avaliar a possibilidade de realizar uma troca de ações das empresas, que não exigiria desembolso de caixa. Mas o problema, nesse caso, é que sua participação na controladora se diluiria. A B2W só tem ações ordinárias - com direito a voto - enquanto a Lojas Americanas tem ações ordinárias e preferenciais.
Ouvidos pelo Valor, acionistas minoritários da B2W avisam que vão querer um prêmio sobre o valor de mercado para aceitar vender suas ações. A relação de troca entre as duas já está 8% acima da média móvel de três meses (63 pregões). Ou seja, quem está hoje com B2W perderia 8% na troca. E os minoritários da companhia têm força: Polo, Tempo Capital e Oppenheimer que, juntos, têm condições de arrumar problemas para a Lojas Americanas.
O plano é concluir primeiro uma reestruturação em andamento na B2W, para depois realizar a operação. Essa reestruturação inclui, principalmente, a integração de todos os sites sob a bandeira B2W.
Veículo: Valor Econômico