Mercadorias em maiores quantidades barateiam custo unitário dos produtos. Compras em grupo também favorecem a economia
Há duas semanas do fim da maratona das compras de Natal, consumidores já se veem diante de outra correria: a corrida atrás do material escolar. Para minimizar contratempos e buscar vantagens no preço dos produtos, especialistas afirmam que a compra em grupo pode resultar em descontos principalmente para quem opta pela compra no atacado.
Materiais básicos como caderno, lápis, borracha, cola, régua, caneta, apontador são facilmente comercializados em pacotes, caixas e embalagens com mais de uma unidade em grandes redes atacadistas. Nestes casos, a compra em grupo pode representar economia para os pais.
"Realizar as compras de materiais escolares em conjunto com outros pais há mais chances de negociar menores preços. Mas é interessante reunir entre cinco e dez pais. Assim, em alguns casos, eles podem sair da compra do varejo e optar pela do atacado", explica o educador financeiro Reinaldo Domingos.
Na rede Armarinhos Fernando, há cerca de quatro mil itens só em material escolar, comercializados no atacado e no varejo. Segundo o gerente-geral da matriz, Ondamar Ferreira, antes mesmo de pensar na compra, é importante saber as necessidades de cada família. Feito isso, ele conta, entre oito e dez pais dá para conseguir preços diferenciados, com mais descontos. "É comum grupos de pais realizarem uma grande compra e depois dividir as mercadorias", disse Ferreira. "Compras acima de R$ 300, com pagamento à vista, o consumidor consegue desconto de até 5% em produtos de algumas marcas", completa Ferreira.
Pensando na possibilidade de conseguir descontos na compra do material escolar dos filhos, as amigas Adriana Biage e Daniela Carneiro vão bater perna atrás do menor preço. Mesmo com filhos de sexo oposto, mas com idades próximas, elas esperaram fazer bons negócios. "Vamos nesta semana buscar descontos para pagamento à vista e também de parcelamento facilitado. Dependendo da mercadoria compraremos em pacotes ou até em caixas e depois dividimos tudo", afirma a professora Adriana Biage, de 33 anos, mãe de Henrique, 6, que está na 1 série.
"Essa reunião de pais é vantajoso tanto para o consumidor que consegue vantagens nos preços, quanto para o comerciante que vende mais e fica com menos produtos encalhados em estoque", observa o educador financeiro.
Ele ressalta que a compra de material escolar pela internet também surge como uma alternativa a mais para os pais. "Há lojas virtuais que oferecem parcelamentos mais longos do que as lojas físicas. Já vi parcelas em até 15 vezes sem juros", disse Domingos.
Tributos
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o preço dos tributos nos materiais escolares se manteve estável em 2011. Não houve aumento nem diminuição dos impostos sobre as mercadorias do setor.
Segundo dados do IBPT, os pais arcam com cerca de 50% de impostos embutidos em caneta esferográfica (47,49%), régua (44,65%), cola (42,71%), apontador (43,19%), borracha (43,19%), lápis (34,99%).
Há quem diga que levar o filho na hora de comprar material escolar pode acarretar em estresse ou até mesmo em altos gastos. No entanto, uma conversa entre pai e filho antes de sair para as compras pode ajudar, em muito, a convivência pacífica.
É o que faz a pedagoga Sonia Machert, de 44 anos, quando precisa sair para comprar material escolar para seus dois filhos. Ela conta que sempre conseguem entrar em acordo. "Combinamos assim: Se escolherem um caderno legal e caro, a caneta terá que ser simples e barata".
"Não se pode deixar levar somente pelos desejos dos filhos. Eles são influenciados pelos amigos e pelo marketing publicitário. Se deixar vão querer as coisas da moda e que tenham imagens de artistas ou personagens, fazendo com que os preços dessas mercadorias fiquem muito mais caras", observa o educador financeiro Reinaldo Domingos.
Dicas para a hora de comprar
Confira a lista
Confirme junto à escola se toda a lista é mesmo necessária
Produtos em casa
Verifique quais os produtos você já possui em casa
Reaproveite materiais
Recicle materiais, mesmo os já usados por outra criança
Prazos de validade
Observe prazos de validade de produtos como colas e tintas
Troca de livros didáticos
Promova e participe da troca de livros didáticos
Artigos escolares terão certificação do Inmetro
Artigos escolares fabricados e comercializados no Brasil serão certificados compulsoriamente pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). A portaria definitiva foi publicada no fim de dezembro de 2010, estabelecendo a obrigatoriedade do selo de identificação da conformidade em artigos escolares.
Comércio precisa se adequar até 2014
O prazo final estabelecido para o comércio termina em 7 de abril de 2014. Os requisitos têm como objetivo minimizar as ocorrências de acidentes que podem colocar
em risco a saúde e a segurança de crianças que utilizam estes produtos.
Livro didático fica até 10% mais caro
O livro didático, item indispensável na lista de qualquer escola, está com um reajuste entre 5% e 10%, segundo a Associação Nacional de Livrarias (ANL). Para o presidente da entidade, Vitor Tavares, os fatores que interferem no reajuste dos livros, estão a inflação do período e o preço da matéria prima (papel).
6%
foi quanto aumentou os livros das séries primárias
Veículo: Diário de S.Paulo