A multinacional americana DuPont, fabricante de produtos químicos, materiais de construção e produtos agrícolas, anunciou no domingo a compra dos ativos da Danisco, companhia dinamarquesa de enzimas e ingredientes alimentícios, por US$ 5,8 bilhões, para aumentar sua posição no crescente setor alimentício.
O negócio permitirá à DuPont ingressar em um segmento da indústria química - de aditivos alimentícios - liderado há tempos pela rival International Flavors and Fragrances Inc. A operação também vai solidificar a cooperação já existente entre ambas companhias na área de tecnologia para biocombustível avançado.
O negócio foi estruturado como uma oferta pública formal, com a avaliação das ações da Danisco em 665 coroas dinamarquesas (ou US$ 115,55) à vista. Os papéis da Danisco encerraram a sexta-feira em 530 coroas (US$ 92,10), garantindo à operação um prêmio de 25%. A empresa também vai assumir uma dívida de US$ 500 milhões. "O conselho de administração da Danisco decidiu de forma unânime que pretende recomendar aos acionistas que aceitem a oferta", afirmou a empresa em nota.
"É um bom negócio para a DuPont, e com um prêmio de 25% para o preço das ações também é um bom negócio para os acionistas da Danisco", disse Jens Houe Thomsen, analista do Jyske Bank, em Silkeborg, na Dinamarca. "A Danisco tem o segundo melhor negócio de biocombustíveis e uma forte cooperação com a DuPont."
O mercado de enzimas é "muito atraente", tanto para fabricação de detergentes como alimentos para animais, e essas indústrias estão se voltando para as bactérias e catalisadores para melhorar o rendimento e os custos de produção, afirmou Thomsen.
Esta é a maior aquisição da DuPont desde que a múlti comprou a fabricante de sementes geneticamente modificadas, a Pioneer, por US$ 7,7 bilhões em 1999.
"Nós já sabemos como trabalhar juntos de forma produtiva", disse ontem Ellen Kullman, CEO da companhia, durante teleconferência com analistas. "Eles têm sido nossos parceiros de confiança em biocombustíveis e biomateriais."
A DuPont deverá registrar US$ 130 milhões em economia anual de custos a partir da combinação, até 2013, afirmou Nicholas Fanandakis, principal executivo financeiro (CFO) da DuPont. (Com Reuters e Bloomberg)
Veículo: Valor Econômico