Hortaliça e legume pressionam índice da FGV

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A forte alta nos preços do segmento de hortaliças e legumes foi a grande surpresa negativa no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de janeiro, mas um movimento de alta mais fraca no preço da carne bovina foi o fator que impediu uma aceleração ainda maior do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV) no mesmo período.

 

A avaliação é do coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. Segundo ele, se, por um lado, ainda tem dúvidas se a parte in natura continuará puxando o índice para cima, por outro, acredita que a carne continuará como fator de alívio para a inflação na seqüência do mês.

 

Ontem, a FGV divulgou que o IPC-S registrou taxa de 0,92% na primeira quadrissemana de janeiro ante taxa de 0,72% vista no fechamento de dezembro. No período pesquisado, a alta do grupo alimentação foi de 1,68% contra variação positiva anterior de 1,43%. O avanço de hortaliças e legumes foi de 4,55% ante variação de 0,33%. A carne bovina, por sua vez, saiu de uma alta de 2,71% para um aumento menor, de 1,23%.

 

Fora do grupo alimentação, o avanço do grupo educação, leitura e recreação passou de 0,37% para 1,46% entre o final de dezembro e o começo de janeiro, por conta especialmente da variação na parte de cursos formais (de 0,00% para 1,93%). No grupo transportes, que saiu de uma alta de 0,59% para 0,91%, o destaque ficou por conta do item tarifa de ônibus, que mostrou elevação de 0,84% contra variação anterior de 0,11%.

 

Conforme os cálculos de Picchetti, o comportamento de hortaliças e legumes respondeu por 0,12 ponto percentual da aceleração de 0,20 ponto percentual do IPC-S no período. A alta menor da carne, no entanto, gerou um alívio de 0,05 ponto percentual neste movimento do indicador da FGV.

 

Para ele, apesar das chuvas fortes do verão, a tradicional volatilidade da parte in natura impede que se tenha certeza do comportamento futuro deste segmento, cujos preços costumam subir e descer com facilidade. Quanto ao preço da carne, ele destacou que, além do comportamento mais favorável já visto no IPC-S, as informações que vêm sendo divulgadas no atacado são também positivas.

 

"Na divulgação da primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de janeiro, tem a boa notícia do atacado, já que o preço do boi estava subindo 0,90% em dezembro e, agora, está caindo 2,12% em janeiro. O preço da carne bovina, também no atacado, estava subindo 7,12% em dezembro, e está caindo 3,15% em janeiro", lembrou. " uma boa notícia, pois mostra que o grande vilão de 2010 começa a dar um refresco", acrescentou.

 

Mesmo com a forte taxa de 0,92% apresentada pelo IPC-S na primeira quadrissemana de janeiro, Picchetti afirmou que sua previsão inicial para o índice no fechamento do mês, de 0,80%, não está totalmente descartada, justamente pela volatilidade que tende a ser vista no grupo alimentação por causa dos instáveis preços in natura. " melhor esperarmos mais uma semana para termos uma ideia melhor."

 

Apesar deste detalhe, ele reiterou que não tem dúvidas de que a inflação registrada pelo IPC-S em janeiro ficará em um nível expressivo. "Só há uma indefinição de quão alto o número vai ser", disse. "A questão é saber se vai ser muito alto ou pouco alto", afirmou. (AE)

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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