Mesmo com as fortes chuvas, a produção de sorvetes continua em crescimento. Quem garante é o fabricante de Sorvetes Rochinha, do litoral norte de São Paulo. Segundo Juliana Lopes, filha do fundador da marca Rochinha, a fábrica em São Sebastião (SP) está no limite de sua capacidade.
Por isso, a empresa decidiu investir em uma nova unidade, que deverá ficar pronta no segundo semestre, localizada em São José dos Campos (SP), com investimento de R$ 8 milhões. "A nova planta terá capacidade de produzir sete vezes o que fabricamos hoje", diz ela.
A produção atual da Rochinha é de 70 mil picolés por dia e dois mil litros de massa, volume que deverá atender a demanda deste verão. Juliana conta que a produção, que se iniciava costumeiramente em setembro, teve de ser antecipada para agosto. No último verão, a empresa registrou incremento de 30% no faturamento e projeta ter desempenho superior neste verão.
De acordo com a executiva, está ainda nos planos de expansão da empresa a entrada no mercado de sorvetes no Rio de Janeiro, local onde a Rochinha ainda não está presente. "Estamos finalizando alguns detalhes e a previsão é que até o próximo mês, nossa filial no Rio de Janeiro já esteja em pleno funcionamento", conta ela. Juliana não detalha os investimentos para a entrada no mercado carioca, mas afirma que, com o início das operações no estado e a inauguração da nova fábrica no interior paulista, a empresa poderá ampliar sua atuação que hoje concentrada em São Paulo. "Nosso objetivo é chegar a Brasília, Bahia e na Região Sul do País", explica Juliana.
Outra estratégia da fabricante para alavancar as vendas no período do verão será a ampliação do atual público-alvo dos sorvetes Rochinha, que é a classe B. A empresa pretende agora atrair também a classe C. "Para atingir nosso objetivo, vamos aumentar a produção de sorvete de massa. Assim, faremos potes de 500 mililitros."
Ainda segundo Juliana, atualmente o produto representa 40% da produção e a projeção é que represente, com a nova fábrica, pelo menos 50% da produção ainda este ano
O otimismo da fabricante paulista de sorvetes está embasado na alta da demanda, pois, segundo Juliana, já existe procura do produto até fora do País. "Já recebemos pedidos feitos por países da Europa e Estados Unidos, mas não temos nem capacidade instalada e nem logística para exportação", lamenta.
Nestlé
Para a Nestlé, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a expectativa é que, n a temporada de verão de 2011, haja aumento de 25% nas vendas de sorvetes. Atualmente, a região Sudeste é o principal mercado para companhia na área de sorvetes.
Já para a marca Chocolates Garoto, também da Nestlé, a projeção é de um crescimento de 100% durante a temporada de verão 2011. A empresa diz que a marca possui oportunidades de crescimento em todas as regiões do País.
Durante o ano, a indústria brasileira de sorvetes produz mais de 995 milhões de litros do produto, incluindo sorvetes de massa, picolés e o sorvete "soft". Cerca de 60% deste total é consumido nos meses de verão, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes (Abis).
Segundo a entidade, o mercado de sorvetes no Brasil movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano e é representado por mais de 10 mil fabricantes entre micro e pequenas empresas, que responde por 90% dos negócios no setor. Já as grandes empresas ficam com a fatia de 10%.
Apesar do alto consumo registrado no verão, a instituição crê que os números poderiam ser maiores, principalmente quando comparados aos de outros países. O brasileiro consome em média 4,7 litros anuais, menos de um terço do consumo per capita de alguns países frios, como a Dinamarca e a Finlândia. A explicação para isso, de acordo com a Abis, é cultural. O setor tem capacidade de atender o mercado durante o ano todo da mesma forma que atende no verão. Entre 2002 a 2008, o consumo total de sorvetes no Brasil cresceu 39,5% . Segundo a Abis, a expectativa é de que o setor tenha produzido cerca de um bilhão de litros até o fim de 2010.
A fabricante de sorvetes Rochinha, tradicional no litoral de São Paulo, está investindo em uma nova unidade, que deverá ficar pronta no segundo semestre, em São José dos Campos.
Veículo: DCI