Pão de Açúcar investe R$ 110 mi em logística

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Para suportar crescimento, varejista separa armazenagem de produtos de alto e baixo giro
 


“Alto giro não pode mais competir com baixo giro. A rotina dos caminhões também muda. No depósito de alto giro, agora só circulam veículos menores"
Marcelo Lopes, diretor do Pão de Açúcar
 


Depois de acumular 1.080 lojas com a compra do Ponto Frio e a fusão com a Casas Bahia, o grupo Pão de Açúcar tem pela frente um desafio: não errar o passo da logística. No decorrer de 2010 a companhia ampliou em 30% sua capacidade logística, com investimentos que somaram R$ 110 milhões.

 

Uma das principais mudanças no abastecimento das lojas diz respeito ao armazenamento dos produtos. Pela primeira vez, o varejista está separando, em diferentes centros de distribuição, produtos de alto e de baixo giro.


 
No depósito da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, agora estão concentrados somente os itens que exigem maior número de reposições nas gôndolas. Esta mudança simples vai aumentar a eficiência do varejista e a tendência é que o índice de ruptura — quando o cliente não encontra um produto na prateleira—diminua nas lojas. No resumo: os produtos devem demorar menos tempo para chegar aos supermercados. “Alto giro não pode mais competir com baixo giro. A rotina dos veículos também muda. No depósito dos produtos de alto giro, agora só circulam veículos menores”, diz Marcelo Lopes, diretor executivo da cadeia de suprimentos do grupo Pão de Açúcar.

 

Como explica Paulo Fleury, diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), cada tipo de produto exige uma logística diferente. “Até a tecnologia usada deve mudar de acordo com o tipo de produto. Os supermercados vendem de verduras a eletroeletrônicos, assim, quanto maior a eficiência da logística, melhor para a operação”, afirma.

 

Sem intermediário

 

Outra mudança está acontecendo na compra e abastecimento de peixes. O varejista ampliou a sua central de distribuição de pescados de 700 para 4 mil metros quadrados. A mudança vai possibilitar que o Pão de Açúcar pule um intermediário, e compre os produtos diretamente dos pescadores. “Agora temos espaço para lavar e preparar frutos do mar. Antes não tínhamos condições de fazer isso, pois precisávamos comprar de distribuidores”, afirma Lopes. Por enquanto, as mudanças realizadas deixam o Nordeste de fora. “Na metade do ano que vem vamos iniciar as ações para a região”, afirma Lopes. “Em um primeiro momento pode ser até que o varejista tenha mais custos, mas isto pode ser compensado com uma receita maior. Afinal, ao preparar o próprio peixe ele tem mais condições de garantir a qualidade do produto e, assim, pode começar a vender mais”, afirma Fleury.
 


Nova empresa

 

Atualmente, o grupo Pão de Açúcar tem ao seu dispor 1,5 mil caminhões contratados de 150 transportadoras. Quando estão com a capacidade ociosa, estes veículos também são usados para fazer o frete de alguns dos fornecedores da companhia. O varejista cobra das indústrias por este serviço. ■
 


TRANSPORTE
1,5 mil
veículos, de 150 transportadoras, prestam serviços para o grupo Pão de Açúcar. A companhia estuda sinergia com os caminhões da Casas Bahia, que são próprios.
 


DEPÓSITOS
30%
foi quanto cresceu a capacidade logística do grupo durante o ano passado. Novos centros de distribuição foram construídos e outros reformados.
 


LOJAS
1.080
lojas compõem o grupo Pão de Açúcar. A fusão de sua bandeira Ponto Frio com Casas Bahia aumentou a força da empresa no varejo de eletroeletrônicos.
 
 

Veículo: Brasil Econômico


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