O preço do trigo já subiu 7,5% no país desde o início de 2011, segundo pesquisa da Folha. Ontem, o preço médio ficou em R$ 26,41 por saca de 60 quilos.
No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor, a alta é de 10% no mesmo período, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado, que aponta a tonelada em R$ 440. No Paraná, principal mercado, a valorização começou antes. Desde o pico da colheita, em outubro, a tonelada passou de R$ 460 para R$ 480.
Restrições na oferta internacional, devido a problemas climáticos na Rússia e na Austrália, e leilões do governo compõem o cenário de alta para a commodity.
Ontem, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou o quinto leilão de PEP (Prêmio para Escoamento de Produto) para a safra 2010/11, estimada em 5,8 milhões de toneladas.
Segundo Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, 1,78 milhão de toneladas de trigo foram retiradas do mercado nessas cinco operações.
Nos leilões de PEP, o governo paga um prêmio a quem comprar o produto pelo preço mínimo, estipulado em R$ 477 por tonelada.
Como o trigo argentino chega ao Brasil por um valor superior a esse, por R$ 619 por tonelada, Bento vê espaço para novas altas das cotações internas. Ou seja, o valor recebido pelo produtor brasileiro deve continuar perseguindo a paridade de importação.
E o trigo portenho, por sua vez, também tem espaço para subir mais, pois está descolado dos preços nos Estados Unidos, observa o analista. O trigo tipo "soft" de Chicago chega hoje aos moinhos paulistas por R$ 700 a tonelada, segundo Bento.
Veículo: Folha de S.Paulo