JBS aposta na separação da americana Sara Lee

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Brasileira espera para ver queda nas ações e não busca no momento crédito bancário para a aquisição

 

A brasileira JBS não está, neste momento, fechando nenhuma transação de empréstimo para a compra da americana Sara Lee e pretende esperar para ver, pois considera que hoje os preços das ações da empresa americana estão muito elevados diante dos boatos da existência de vários interessados no negócio.

 

Segundo apurou o Valor, para a brasileira não faz sentido comprar a empresa nos preços pedidos hoje e não apenas por causa de recomendação dos credores. Se algum outro fundo comprar a Sara Lee, "paciência", diz uma fonte próxima à transação, que não vê dificuldades para a JBS levantar recursos para a aquisição, desde que a operação seja feita a preços "justos".

 

Ontem, os papéis da Sara Lee na bolsa caíram 4,75% na bolsa, depois de a empresa rejeitar ofertas de compra, segundo a Dow Jones Newswires. A queda quase anula os ganhos de 5,77% registrados desde o início do ano. No acumulado do ano, a valorização é de 0,74%, conforme o Valor Data.

 

Segundo a mesma fonte ouvida pelo Valor, o desmembramento da Sara Lee em duas, com a JBS ficando com os negócios nos Estados Unidos - de linguiças, salsichas e embutidos - e o fundo Blackstone com os negócios de café no Brasil marcas Pilão e Do Ponto -, em votação no conselho da Sara Lee, poderia atrair mais a brasileira.

 

Citando pessoas familiarizadas com o assunto, a Dow Jones Newswires informou ontem que a Sara Lee está acelerando os planos de separar os dois negócios depois que ofertas de interessados em comprá-la ficaram abaixo das expectativas de preços da companhia.

 

A medida esperada deve acabar com o verdadeiro leilão de preços visto recentemente durante as negociações para compra da Sara Lee. Mas pode significar oportunidades de acordos no futuro, segundo a Dow Jones Newswires, já que algumas partes podem voltar à "mesa de barganhas" depois da separação das divisões de carne e café. Adquirir unidades da Sara Lee em vez de toda a companhia tornaria mais fácil o financiamento da operação.

 

A agência de notícias também informou que a JBS ainda deveria apresentar uma oferta revisada pela Sara Lee. A brasileira ofereceu US$ 17,50 por ação da americana, mas a proposta foi considerada muito baixa, diz a Dow Jones. A Sara Lee tem indicado que estaria interessada em vender a companhia por "vinte e poucos" dólares por ação, segundo fontes citadas pela agência de notícias. Na disputa pela Sara Lee está também um grupo liderado pela empresa de private equity Apollo Global Management LLC, que se recusou, até agora, a elevar sua oferta de cerca de US$ 19 por ação.

 

Ontem, em resposta a questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a JBS disse, sobre as negociação com a Sara Lee, que "não comenta especulações da imprensa sobre possíveis aquisições". Acrescentou "que inexiste qualquer contrato, nesta data, que possa configurar fato relevante.

 


Veículo: Valor Econômico


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