Há doze anos, o italiano Andrea Panzacchi vive entre o Brasil e a Itália. Nas temporadas em que passava por aqui, sempre sentia falta dos "gelatos" de sua terra. Percebeu que seus amigos europeus instalados aqui reclamavam da mesma coisa. "Eu conseguia encontrar sorvetes parecidos, mas nada igual ao verdadeiro sabor italiano."
No ano passado, decidiu abrir a sua própria gelateria, a Vero, inaugurada em dezembro, em Ipanema, no Rio. "Antes de montar a Vero, fiquei na Itália por seis meses fazendo vários cursos de sorvete." Um dos estágios de Panzacchi foi com o mestre-sorveteiro Palmiro Bruschi, professor da Carpigiani Gelato University, em Bologna, seu atual sócio - junto com Cláudia Reggiani. O trio investiu R$ 1 milhão para abrir a gelateria. "Tomar um sorvete é uma decisão emocional, por isso consideramos a localização da gelateria um dos aspectos mais importantes. Queríamos um ponto que tivesse bastante movimento de pedestres. Levamos cinco meses para encontrar o lugar certo."
Hoje, passam cerca de 400 pessoas por dia na Vero. Para atender esse público, são produzidos artesanalmente, por Claudia ou Panzacchi, 60 kg de "gelato", diariamente. "Os cariocas são chocólatras, podemos fazer cinco variações de chocolate, que todas têm saída." Apesar disso, sabores mais exóticos também aparecem no mix de vez em quando. "Experimentamos versões de azeite de oliva extra virgem, queijo e cerveja belga. Os clientes adoraram, mas essas opções não são fixas."
A preocupação dos sócios agora é aumentar o mix para também seduzir o carioca no inverno. "Na Itália, o consumo de sorvete não está atrelado ao clima, mas sabemos que os brasileiros ainda o associam aos dias quentes." Por isso Bruschi está vindo da Itália, no próximo mês, para reconfigurar o cardápio que deverá conter opções como semifredo, milk-shake e pão doce recheado com sorvete. Além da produção para os clientes, a Vero está começando a negociar seus sorvetes com hotéis e restaurantes, o que deverá dobrar, de acordo com Panzacchi, a produção atual. Também está nos planos do trio abrir uma espécie de franquia para distribuição dos "gelatos". "Pensamos em ter esse esquema em um ponto no Leblon, ainda no primeiro semestre deste ano. Nossa receita é secreta e por este motivo a cozinha do Vero sempre funcionará aqui na matriz."
Veículo: Valor Econômico