Depois de comprar dois laboratórios farmacêuticos em pouco mais de um ano, a Hypermarcas consolidou a fama de máquina de compras que passa por cima de seus principais concorrentes para concluir seus negócios. A empresa passou a ser a vice-líder em medicamentos genéricos no país e não esconde seus planos de tornar-se líder do setor farmacêutico.
A entrada da Hypermarcas na área ajudou a inflacionar os ativos farmacêuticos no país. A referência para aquisições no exterior gira em torno de 12 a 14 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia. O último negócio do grupo, a Mantecorp, ficou entre 20 e 22 vezes o Ebtida. Em parte, esses avanços podem ser explicados pelo forte apoio do BNDES nas transações. Em outubro, a companhia emitiu cerca de R$ 1,1 bilhão em debêntures simples - a operação tem garantia de compra total pelo BNDESPar. O governo considera a Hypermarcas uma consolidadora do setor e o apoio à empresa visa conter o avanço de multinacionais no segmento, visto como estratégico.
Ao Valor, Claudio Bergamo, CEO da Hypermarcas, afirmou que a companhia é "obstinada em entregar tudo o que promete, desde abril de 2008", quando foi ao Novo Mercado. "O nosso plano estratégico sempre foi transparente. Somos consolidadores". Nesse processo de fusão de empresas, poucos grupos sobreviverão. "Temos uma estrutura de capital flexível, com ações que podemos usar como moeda de troca". O próximo desafio da companhia é avançar em pesquisa e desenvolvimento, investimento pouco comum entre as farmacêuticas nacionais.
Veículo: Valor Econômico