Brasileiro consome 1,5 grama de fruto seco ao ano, bem menos que o norte-americano que come 50 gramas.
O mercado brasileiro de nozes e frutos secos ainda é pequeno, mas chama a atenção de grandes produtores mundiais, como Espanha, África do Sul e Austrália. Uma análise da Fundação Internacional de Frutos Secos (INC) indica que o País tem potencial de produção e pode se destacar entre as demais agriculturas, considerando o número de habitantes e o clima.
O aumento de renda da classe C também poderá contribuir para a expansão do setor, pois o consumo de nozes e frutas secas por essa fatia da população fica restrito às festas de final de ano pelo preço alto do produto. "Infelizmente, 70% do consumo é feito nessas datas", diz o presidente da Associação Brasileira de Noz Macadâmia (ABM), José Mendes de Camargo.
Segundo ele, em 2009, a produção da macadâmia movimentou US$ 6 milhões no Brasil, com a produção de 3,7 mil toneladas, 800 toneladas a mais que no ano anterior. Para 2011, a expectativa é de alta da produção e faturamento em torno de 15%. "Estamos fazendo um forte trabalho de divulgação junto a produtores brasileiros para que a população conheça os benefícios das nozes, que ajudam a equilibrar os níveis de colesterol e previnem doenças cardiovasculares."
O potencial de consumo de nozes é grande no Brasil, com 1,5 grama per capita ao ano, mas está longe do consumo africano (10 gramas), europeu (50 gramas) e norte-americano (50 gramas). "Um dos vilões do consumo é o preço elevado por causa do difícil plantio. Um pé de macadâmia leva quatro anos para começar a produzir", explica Camargo.
Para o presidente de honra do INC, Antonio Pont, o País está entre as maiores apostas da entidade. "Acreditamos na capacidade de produção de quatro tipos de nozes: castanha de caju, castanha do Brasil (antiga castanha do Pará), macadâmia e pecan."
No ranking mundial do Instituto, a amêndoa está em primeiro lugar, com 900 mil toneladas produzidas em 2010. Depois aparecem o pistache e a castanha de caju, ambos com 500 mil toneladas e a avelã, com 400 mil toneladas. "Novas receitas na gastronomia, que incluem nozes nas preparações, também ajudam. O ideal seria que 30 gramas fossem consumidos por dia por pessoa", diz Pont.
Veículo: Diário do Comércio - SP