O clima ruim no fim de 2010 deve fazer a atual safra de maçã fechar com queda de 25% em relação à anterior, segundo estimativa de produtores, que começaram a colheita nos últimos dias.
As geadas e o granizo, mais intensos entre novembro e dezembro passado, afetaram o desenvolvimento da fruta no Sul, que concentra 95% da produção nacional.
Foram afetados principalmente os polos de São Joaquim (SC), Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS).
Segundo dados da ABPM (Associação Brasileira de Produtores de Maçã), a safra 2010/11 deve fechar em torno de 1 milhão de toneladas. Esse volume corresponde a cerca de 275 mil toneladas menos em relação há um ano.
A influência do clima, no entanto, não ficou restrita à geada e ao granizo. Segundo o presidente da ABPM, Pierre Peres, as chuvas que atingem Santa Catarina desde dezembro do ano passado também devem alterar o resultado.
Uma parte das frutas ficou mais graúda devido à irrigação intensa. A outra parte enfrenta a ameaça de fungos e exige cuidados redobrados.
Segundo Giovane Franzoi, presidente da Cooperserra, de São Joaquim, a redução na safra pode elevar o preço no atacado entre 15% e 20%.
O restante, aproveitado para a produção de suco pela indústria, pode ter uma queda inicial nos preços, já que as frutas "batidas" impossibilitam que elas sejam armazenadas em câmaras frias.
Ainda é incerto se o preço da fruta para o consumidor subirá com a queda da produção. Para a ABPM, o preço deve sofrer mudança somente após o término da colheita, entre março e maio.
Veículo: Folha de S.Paulo