O resultado das vendas do varejo em dezembro - uma estabilidade na comparação com novembro -, segundo divulgou na última segunda-feira (15) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra um quadro pior do que a desagregação do índice apresenta. A observação é do economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luiz Otávio de Souza Leal. Ele ressalta que, quando aberto, a situação das vendas do varejo não se mostra tão feia como revela o índice pleno, na margem. Dos grandes grupos que compõem a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), só o de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios e Fumo registrou em dezembro um resultado ruim, com queda de 0,3% na comparação com novembro. "O indicador de vendas ampliadas é um exemplo disso", afirma o economista do ABC Brasil, referindo-se à alta de 2,3% no agregado, puxada por 4,7% nas vendas de carros e materiais de construção.
Para o fechamento de 2011, o economista do ABC Brasil espera que as vendas do comércio varejista registrem um crescimento de 5% a 6%. "Trabalhamos com um viés de baixa por conta de o reajuste do salário mínimo neste ano ser o menor desde 1999" e por conta dos efeitos da medidas macroprudenciais", afirma Souza Leal. Para a produção industrial, ele prevê ainda que haja um crescimento anual de cerca de 4%, o que pode manter o descompasso entre oferta e demanda. "Não tem como a indústria crescer mais que 4% em 2011 a não ser que a economia internacional melhore acima do esperado", diz.
Veículo: DCI