Custo de produção do leite teve alta de 1,57% em janeiro

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Preços do milho e da soja aumentaram as despesas.

 

Minas Gerais voltou a apresentar alta nos custos de produção de leite em janeiro. De acordo com o Índice de Custo de Produção de Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (ICPLeite/Embrapa), o índice ficou 1,57% maior em relação a dezembro de 2010.

 

Com o resultado, o ICPLeite/Embrapa acumulado nos últimos 12 meses apresentou incremento de 7%. A alta foi impulsionada principalmente pelo aumento nos preços do milho e da soja, que são os principais componentes do grupo de concentrado.

 

De acordo com o analista da Embrapa Gado de Leite, Alziro Vasconcelos Carneiro, o aumento registrado no acumulado dos 12 meses foi minimizado pelo comportamento dos custos entre janeiro e maio de 2010, principalmente pelos preços do milho que no período giravam em torno de R$ 15 a saca de 60 quilos.

 

Segundo Vasconcelos, a partir de junho foi verificada alta na cotação do cereal que influenciou no aumento dos custos no restante do ano. Se for considerado o período entre maio de 2010 e janeiro de 2011, a alta acumulada no período foi de 9,6%.

 

O ICPLeite é calculado pela Embrapa e mede a variação no custo de manutenção de uma empresa de produção de leite localizada em Minas Gerais. Em janeiro o índice apresentou variação positiva de 1,57% em relação aos preços praticados no mês anterior. No período, com a exceção dos grupos de insumos de qualidade do leite e sanidade, todos os demais apresentaram alta nos preços.

 

Elevação - De acordo com os dados da Embrapa, a maior elevação foi identificada nos insumos que compõem o grupo sal mineral com aumento de 2,38%, seguidos dos grupos de concentrado com alta de 2,11%, produção e compra de volumosos com 1,17%, energia e combustível com 0,65%, mão de obra com 0,61%, e reprodução com 0,46%.

 

Os insumos que compõem o grupo qualidade do leite se mantiveram estáveis em janeiro. Já os insumos do grupo sanidade apresentaram uma deflação de 0,46% no período.

 

De acordo com Vasconcelos, a alta verificada no grupo de sal mineral e de concentrado foi reflexo da variação nos preços dos suplementos minerais e dos insumos que compõe a ração para vacas em lactação, principalmente milho e farelo de soja, respectivamente.

 

No grupo produção e compra de volumosos, a alta foi impulsionada pelos preços de insumos utilizados para produção de silagem e da cana de açúcar. Outros insumos como gasolina e sêmen também apresentaram alta no mês de janeiro.

 

"A expectativa para os próximos meses é que ocorra redução dos custos, que poderá ser influenciada pelo início da colheita da safra de grãos. Em janeiro o produtor continuou a trabalhar em um cenário desfavorável, uma vez que os preços do leite não apresentaram alta equivalente ao encarecimento dos custos de produção", disse Vasconcelos.

 

De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços pagos em janeiro de 2011, referentes à produção entregue em dezembro, ficaram 1,62% inferiores aos valores praticados no mês anterior.

 

Nos últimos 12 meses, o ICPLeite da Embrapa acumulou alta de 7%. No intervalo, apenas o grupo de insumos energia e combustível apresentou queda nos valores, de 1,12%. Os sete demais grupos tiveram alta.

 

O grupo sal mineral apresentou a maior alta no período, 31,61%. Também tiveram elevação significativa os grupos de produção e compra de volumosos, com incremento de 13,67%, sanidade 7,43%, concentrado 4,77%, mão de obra, com 4,05%, reprodução, com 3,56%, e qualidade do leite, com valorização de 0,67%.

 

"Nos últimos 12 meses, o ICPLeite da Embrapa variou ora apresentando tendência decrescente, ora crescente. Considerando o período de fevereiro a maio de 2010, o índice teve discreta alta em março e, a partir daí, passou a apresentar uma deflação, de 3%. A partir de junho de 2010, o índice passou a ser crescente em todos os meses, acumulando uma alta de 9,6%", disse Vasconcelos.

 

Veículo: Diário do Comércio- MG


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