Indústrias pressionam supermercados

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Alta da cotação das commodities no mercado internacional e do consumo interno "força" reajustes.


 
O aumento do preço das commodities no mercado internacional e a alta no consumo interno já pressionam os preços praticados por alguns segmentos industriais, que deverão reajustar os valores repassados ao setor supermercadista mineiro. Conforme representantes dos estabelecimentos, a negociação já teve início e as principais elevações foram registradas por alimentos industrializados, artigos de higiene pessoal e limpeza doméstica - que utilizam de açúcar a petróleo em suas fórmulas.

 

De acordo com o gerente de Negócios do Super Nosso, Hamilton Almeida, empresas como Nestlé, Unilever e Sadia já sinalizaram o aumento dos preços. Com isso, indústrias de médio porte também começaram a elaborar uma nova tabela de valores. "O cenário favorável da economia e o aumento da renda do consumidor elevaram a demanda por produtos de todos os segmentos. Atentas ao mercado, as indústrias também aproveitaram o momento para aumentar os preços", avaliou.

 

Ainda segundo Almeida, uma das alternativas para driblar a alta é antecipar algumas encomendas e até mesmo aumentar o volume de pedidos dos itens. "A Sadia, por exemplo, deverá reajustar os preços em 4%. Vamos tentar negociar a alta de forma gradativa, para que a maioria dos produtos possa ser encomendada com os preços atualmente praticados", explicou.

 

Ele ressaltou que o Super Nosso não irá repassar o aumento dos preços, de uma só vez, ao consumidor. "Estamos acompanhando as negociações e faremos o possível para que o reajuste esteja entre 3% e 7%. Altas acima desses percentuais não serão aceitas, já que também é preciso atender à necessidade do consumidor", afirmou.

 

Supermercados mineiros já negociam tabela de preços com as indústrias do país

 

Tabelas - Conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), as novas tabelas preveem aumentos entre 5% e 7%. Entretanto, em alguns casos, como o dos detergentes líqüidos e refrescos em pó, a alta pode chegar a 20%, como é o caso do Tang, da Kraft Foods, e do detergente líqüido Ipê, da Química Amparo.

 

Outro exemplo de alta citado pela Abras está no reajuste de 15% no preço do Café Pilão, da Sara Lee. Entre os derivados de tomate, o aumento médio ficou entre 10% e 11%. Nos produtos da marca Pomarola, a alta foi de 12%. Procuradas pela reportagem, as indústrias não disponibilizaram fontes para comentar o assunto.

 

A negociação com alguns segmentos industriais também já foi iniciada pela rede de supermercados Coelho Diniz, sediada em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, com nove unidades na região. Segundo o proprietário, Ercílio Diniz Filho, a empresa já recebeu novas tabelas de preços da Unilever e também da Nívea.

 

"O objetivo é que o percentual de aumento seja de, no máximo, 5%. Como fizemos estoque de alguns produtos, temos um período maior para negociar. Mas é preciso resistir à alta em função de o repasse prejudicar o orçamento doméstico do consumidor e também as vendas", explicou Diniz.

 

No caso do Supermercado São Jerônimo, em Passos, na região Sul do Estado, com seis lojas na região, reajustes mais significativos foram apontados pelas indústrias de óleo de soja e derivados do milho (entre 5% e 8%), bem como em produtos de limpeza (até 20%).

 

"Estamos em fase de negociação. No entanto, como o mercado está aquecido e houve um aumento do consumo das famílias, é praticamente impossível conseguir percentuais menores", ressaltou.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG

 


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