BRF-Brasil Foods mira EUA para ampliar vendas externas

Leia em 3min 30s

Enquanto aguarda a deliberação da incorporação da Sadia em seus negócios pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prevista para ocorrer ainda neste semestre, a gigante de alimentos BRF-Brasil Foods busca novos mercados para ampliar ainda mais suas exportações, que representam atualmente cerca de 48% de seu faturamento. Segundo o vice-presidente de Assuntos Corporativos da empresa, Wilson Mello Neto, o mercado norte-americano está na mira da BRF-Brasil Foods. "Com a liberação pelo governo dos EUA para a entrada no país de carne suína produzida em Santa Catarina, acreditamos que ainda este ano começaremos a exportar para lá", afirma Mello Neto.

 

De acordo o executivo, além de ser exportada para os EUA, a carne suína também se mostrou como opção no mercado com a alta nos preços da carne bovina. "Nossos produtos têm sido um bom substituto para a carne bovina. Por isso, não perdemos volume de vendas, pois temos trabalhado com carnes de frango e porco", explica o executivo.

 

Repasse

 

A BRF-Brasil Foods ajustou os preços de seus produtos no último trimestre do ano passado para repassar à alta dos preços dos grãos. "Nosso principal insumo são os grãos, pois temos sob nossa gestão mais de 220 milhões de animais vivos", conta o diretor. Para este primeiro trimestre, o executivo afirma que a empresa não fez nenhum reajuste de preço e aguarda o movimento do mercado para se posicionar.

 

Uma das maiores exportadoras brasileira, atrás da Vale e Petrobras, o executivo da BRF-Brasil Foods diz que a tendência é de crescimento dos negócios para este ano, com aumento de demanda interna e externa. No mercado externo, o destaque fica com os países do Oriente Médio, que até o terceiro trimestre de 2010 respondiam por 29% da receita de exportação.

 

Para este ano, o vice-presidente de assuntos corporativos da BRF diz que, apesar do real valorizado, o que dificulta a competitividade da empresa no mercado externo, o objetivo é de expansão nos negócios externos. "Vamos trabalhar com produtos de maior valor agregado para repassar os custos. Gostaríamos de trabalhar com marca, fábrica e distribuição próprias em países externos, diz Mello Neto, sinalizando os planos da companhia.

 

"Temos um planejamento para cinco anos, mas ainda não podemos adiantar nada".

 

Os investimentos programados para 2011 são de R$ 350 milhões, que estão dentro da estratégia da companhia de o aumento em 50% o volume de produção de aves, suínos e alimentos processados. Os planos vêm sendo executados desde 2007.

 

A BRF Brasil Foods, nasceu como um dos maiores players globais do setor alimentício, reforçando a posição do país como potência no agronegócio. Em 2009, o faturamento da empresa foi de R$ 24,4 bilhões e valor de mercado de US$ 11,4 bilhões.

 

Otimismo

 

A BRF- Brasil Foods está otimista com a vinda ao País do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que acontece entre os dias 19 e 20 de março. A expectativa é que nos encontros com o dirigente norte-americano se acelerem as negociações em torno das exportações de carne suína para os EUA.

 

A liberação de Santa Catarina para exportação de carne para os EUA no fim do ano passado trouxe em seu bojo para o estado em o certificado de livre de febre aftosa sem vacinação oferecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Assim, abre-se a possibilidade do País vender carne suína para aquele mercado, perspectiva também alicerçada pela vitória do Brasil no litígio internacional que acusava os Estados Unidos no ambiente da Organização Mundial de Comércio (OMC) de práticas protecionistas. Essa abertura do mercado norte-americano à carne suína de Santa Catarina foi possível graças a inclusão do alimento no acordo firmado entre os dois países, onde o governo brasileiro se comprometeu a não realizar retaliação comercial a produtos e serviços norte-americanos, depois da vitória brasileira na OMC. A entrevista com o executivo da BRF-Brasil Foods foi feita no 7º Ceos Family Workshop, evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), no Guarujá (SP).

 

Veículo: DCI


Veja também

Falta de infraestrutura afeta o escoamento de grãos no MT

A alta demanda por alimentos no mundo não só gerou preços mais aquecidos aos produtores, mas tarifa...

Veja mais
OMO oferece curso de capacitação para domésticas

Curso sobre regras básicas de limpeza, postura e comportamento será oferecido no site da marca. Alé...

Veja mais
Anvisa aprova cinco novos medicamentos genéricos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a entrada de cinco novos medicamentos gen...

Veja mais
Panificação luta por desoneração do pão

O SIPCEP – Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no Estado do Paraná est...

Veja mais
Agricultura orienta plantio de frutas

Melhor período e municípios aptos para o cultivo de maçã, nectarina, pêssego, pera e u...

Veja mais
Custo de produção do leite teve alta de 1,57% em janeiro

Preços do milho e da soja aumentaram as despesas.   Minas Gerais voltou a apresentar alta nos custos de pr...

Veja mais
Hikari apresenta refresco em pó com polpa de frutas e vitamina C

Empresa lança nova linha Frukari Frutas e aposta no alto consumo da segunda bebida não alcoólica ma...

Veja mais
Brasileiro consome mais leite em 2010

Estudo aponta que apesar do aumento, índices de consumo ainda estão abaixo da recomendação d...

Veja mais
Cotação do algodão afeta indústrias mineiras

Setores têxtil e de vestuário em xeque.   A alta acumulada de 200% no preço do algodã...

Veja mais