Setor de embalagens volta a crescer

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No entanto, resultados deste ano deverão ser inferiores aos de 2010, uma vez que o setor passará por um período de ajustes nos próximos meses. 

 

O aumento no consumo de bebidas elevou as importações de embalagens metálicas no ano passado, uma vez que a indústria nacional chegou a seu limite.Após recuar 3,77% na produção entre 2008 e 2009, o setor de embalagens registrou crescimento de 10,13% no ano passado. De acordo com o Estudo Macroeconômico da Embalagem Abre/FGV, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e divulgado ontem, isso significa a recuperação do segmento frente à queda trazida pela crise financeira internacional.

 

Para Salomão Quadros,  coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, o desempenho deste ano deve ser positivo, mas inferior ao de 2010. Segundo ele, 2011 será um período de ajustes tanto para o segmento quanto para o setor produtivo brasileiro.

 

Expansão – Apesar disso, Quadros lembrou que existe espaço para crescimento, uma vez que o setor tem participação de apenas 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – percentual semelhante a outros países latino-americanos, como o México. Sua receita total será de R$ 44 bilhões neste ano, 7% a mais que os R$ 41,1 bilhões de 2010. "O desempenho foi semelhante ao da indústria brasileira,  que avançou 10,45% no ano passado após recuar 7,38% no período imediatamente anterior."

 

Quadros enfatizou que a produção de embalagens que utilizam diversos tipos de matérias-primas cresceu (veja quadro). O resultado já era esperado, pois em 2010 foi marcado pela expansão dos postos de trabalho e pela elevação no consumo de alimentos e de bens duráveis.

 

Outro dado que indica avanço menor em 2011 é o desempenho semestral do ano passado. No primeiro semestre, os números apontavam recuperação de 15,5% ante igual período de 2009. Já nos últimos seis meses o avanço foi de 7% em relação ao segundo semestre do ano anterior.

 

A tendência de ajuste é reforçada pelos dados da capacidade instalada do setor. Em janeiro, o índice atingiu a marca de 88,8, ante 86,3 em igual mês do ano passado. O ganho é expressivo, disse Quadros, mas a expectativa já é de acomodação nos próximos meses, dado o recente avanço da inflação.

 

Comércio exterior – Esse movimento não comprometerá o desempenho do setor neste ano. Quadros explicou que  houve resultado positivo nas exportações, que totalizaram US$ 410,11 milhões no ano passado, 16,7% a mais que em 2009. Destacaram-se as embalagens metálicas (alta de 6,93%), de vidro (14,6%), plástico (24,89%) e papelão (16,73%). A exceção ficou com a madeira, que recuou 0,81% em razão do direcionamento da produção ao mercado interno. Para o economista, a recuperação nas vendas externas foi expressiva, mas não compensou as perdas de 2009.

 

Já as importações cresceram 70% em 2010, atingindo US$ 794,05 milhões (ante os US$ 467,1 milhões de 2009). Isso ocorreu em função do aumento das compras de embalagens metálicas (que aumentaram 234,8%) para abastecer o mercado interno, estimulado pela alta no consumo de bebidas. A capacidade produtiva interna alcançou o seu limite, e as indústrias nacionais estão em um processo de aumento de investimento para atender a alta demanda.

 

Inovar para expandir

 

Afim de melhorarem seu desempenho no mercado interno, as empresas do segmento de embalagens estão estudando as necessidades de públicos específicos e criando soluções para atendê-las. A avaliação partiu da diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), Luciana Pelegrino, que lembrou o lançamento de produtos para faixas etárias distintas ou itens específicos, como os alimentos embalados em tamanhos diferenciados.

 

Outras inovações  são os alimentos comercializados em unidades varejistas de bairros, de porte menor que os super e hipermercados, e que atendem ao público que realiza compras semanais. Os volumes de tais produtos são menores para atender aos consumidores que preferem adquirir quantidades pequenas, e não se importam em retornar ao supermercado.

 

No caso da classe C, os fabricantes também criaram soluções para atender o aumento do consumo desta parcela da população. Apesar do crescimento do poder aquisitivo dos salários, estes consumidores têm uma margem menor para experimentar novos itens que as classes A e B.

 

Por essa razão, as embalagens menores, com preços mais acessíveis, são uma solução. Assim, conforme explicou a diretora-executiva da Abre, alimentos básicos tradicionais, como arroz e feijão, continuam tendo embalagens maiores.

 


Veículo: Diário do Comércio - SP


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