Para equilibrar custo, Pirelli estuda material alternativo

Leia em 3min

Pneus: Troca de 10% da borracha natural pode gerar economia de US$ 5 bi

 


Com vistas a reduzir a exposição de seus custos às oscilações da cotação da borracha natural e do petróleo, que influencia diretamente os preços da borracha sintética, a Pirelli Pneus, uma das maiores fabricantes mundiais, está reforçando a aposta no desenvolvimento de materiais alternativos, com resultados que podem começar a aparecer já no próximo ano. De acordo com o presidente executivo da companhia italiana, Francesco Gori, a expectativa é a de que, no médio prazo, pelo menos 10% da borracha natural que é utilizada atualmente na produção de pneus seja substituída por outro tipo de insumo, o que representará economia potencial de US$ 5 bilhões à industria mundial.

 

A proporção de borrachas sintética e natural utilizadas na fabricação de pneus é determinada pela aplicação final da peça. Os itens destinados a carros de passeio, por exemplo, utilizam em geral mais insumo obtido a partir de derivados do petróleo. "A alta da borracha natural afeta da mesma forma a Pirelli e as demais produtoras de pneus", disse Gori. "Estamos estudando novos materiais, bem como o uso de reciclados, mas ainda não haverá impacto em 2011."

 

Conforme o executivo, que foi ao Japão na semana passada receber das mãos do presidente da Toyota, Akio Toyoda, um prêmio de reconhecimento da contribuição da subsidiária brasileira da italiana à operação da montadora no país, a expectativa é de que o mercado nacional de pneus mantenha neste ano o vigor exibido em 2010. "Não vejo nuvens no horizonte", acrescentou o executivo, sem informar a projeção da companhia para as vendas no Brasil.

 

A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) prevê expansão de 5% na produção de pneus, ante as mais de 67 milhões de unidades fabricadas pelas nove empresas associadas à entidade em 2010. Frente ao ano anterior, a alta foi de 15%. Já a demanda nacional ao longo do ano passado, considerando-se os importados, totalizou 73,1 milhões de peças, ante 60,2 milhões um ano antes.

 

Deste ano até 2013, a Pirelli vai investir US$ 300 milhões na operação brasileira, dentro de um programa global de aportes anunciado no ano passado por Gori e pelo presidente do conselho do grupo, Marco Tronchetti Provera. Esse é o maior valor já aplicado pela italiana no Brasil. O orçamento para a América Latina, de US$ 600 milhões no mesmo período, também é histórico. No país, a Pirelli vai expandir a capacidade produtiva de pneus em 30% na área de automóveis, 20% na agrícola e 30%, em caminhões. A ampliação será feita nas fábricas já existentes: Feira de Santana (BA), Campinas (SP), Santo André (SP) e Gravataí (RS) - em Sumaré (SP), a italiana produz cordas metálicas (de aço) usadas na confecção de pneus.

 

No mesmo momento em que iniciou um novo ciclo de investimentos, a Pirelli retomou o fornecimento de pneus para Fórmula 1, também no período de 2011 a 2013. As peças serão produzidas na fábrica de Izmit, na Turquia, em uma linha integralmente dedicada a pneus de competição. De acordo com Gori, mais do que tecnologia e vendas, a participação no campeonato, como fornecedora exclusiva, está relacionada à divulgação da marca. "Trata-se de emoção em um primeiro momento. Esse é o esporte mais excitante que há."

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Varejo, crédito, seguro, consórcio... Até onde vai a Máquina de Vendas

Perto de completar um ano da união entre Ricardo Eletro e Insinuante, grupo cria novas empresas e se prepara para...

Veja mais
Liquigás investe para atender setor de aerossóis

Empresa montou uma linha de produção exclusiva para propelentes   Acreditando no crescimento da dem...

Veja mais
Ar no chocolate ajuda a aumentar o lucro

A receita das barras de chocolate é razoavelmente comum: cacau, manteiga de cacau ou outros óleos, ado&cce...

Veja mais
Setor têxtil sente alta do algodão

A alta da cotação internacional do algodão, que soma 270% nos últimos 12 meses, começ...

Veja mais
Custo de produção do leite fica 43% mais alto em um ano

O custo de produção do leite ficou mais alto em fevereiro deste ano, ante o mesmo mêsde 2010. J&aacu...

Veja mais
Varejo espera fechar o mês com crescimento real estimado em 8,7%

Os maiores varejistas do País pretendem superar em 8,7%, neste mês, a taxa de crescimento anual registrada ...

Veja mais
Klabin eleva investimentos em 32%, para R$510 milhões no ano

A Klabin está otimista com o desempenho do mercado interno e com a perspectiva de crescimento da economia em cerc...

Veja mais
Shopping centers preveem vendas de R$ 97,4 bilhões

O consumo em alta anima os lojistas de centros de compras e este ano o setor prevê R$ 97,4 bilhões de fatur...

Veja mais
Danone anuncia o grande lançamento do ano

Marca Global, DENSIA chega ao mercado e oferece produtos que garantem 50% da necessidade diária de Cálcio ...

Veja mais