Calçados: Real valorizado faz fabricante gaúcha expandir operações no exterior este ano

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Maior fonte de dor de cabeça para os exportadores de calçados, a manutenção do real valorizado - que torna mais caros os produtos brasileiros no mercado internacional - levou a Paquetá, com sede em Sapiranga (RS), a apostar na expansão das operações no exterior. Este ano, a participação das fábricas na Argentina e na República Dominicana deverá passar de 20% para quase 35% da produção total, estimada entre 10,4 milhões e 10,5 milhões de pares.

 

O crescimento da produção fora do Brasil, toda com marcas de terceiros, virá com a ampliação da fábrica da República Dominicana, inaugurada em março do ano passado, disse o diretor-administrativo corporativo do grupo, Jorge Strassburger. Até o fim de 2011, o volume fabricado naquele país deve alcançar 10 mil pares por dia, o equivalente a 2,2 milhões de pares por ano, ante os 2,5 mil a 3 mil pares/dia atuais.

 

Conforme Strassburger, a Paquetá estreou na América Central produzindo para a inglesa Clarks e com a ampliação da operação também vai atender a italiana Geox. A companhia já trabalhava para as duas marcas no Brasil, mas teve que optar pela transferência das linhas devido ao câmbio. "Tivemos que buscar alternativas para continuar a operação", explicou o executivo, que não revelou quanto foi investido na implantação da fábrica nem quanto será aplicado na expansão.

 

Além disso, a produção na República Dominicana é destinada ao mercado americano e como a fábrica opera numa zona franca, em uma área cedida pelo governo local, as exportações para os Estados Unidos são livres de tarifas, graças a um acordo entre os dois países, informou o diretor. A unidade centro-americana emprega mil dos 14 mil funcionários do grupo gaúcho.

 

No total, a calçadista produz para mais de 20 marcas, incluindo Dillard's, Theory, Asics e Hugo Boss. A unidade na Argentina fabrica apenas tênis Adidas para o mercado local. Em 2010 a Paquetá produziu 10 milhões de pares em suas oito plantas no Brasil e duas no exterior, sendo 75% para terceiros. Os 2,5 milhões de pares restantes saíram das linhas com as marcas próprias, principalmente Capodarte, Dumond e Ortopé, a maior parte destinada ao mercado doméstico.

 

Segundo Strassburger, a Paquetá apurou receita bruta de R$ 1,7 bilhão no ano passado e prevê crescimento de 10% em 2011, mesmo índice registrado na comparação entre 2010 e 2009. A produção de calçados com marcas próprias deve avançar entre 15% e 20%, enquanto o volume fabricado para terceiros deve permanecer estável. No segmento de varejo, formado por lojas próprias e franqueadas, a previsão é de um aumento de 12% a 15% nas vendas.

 

O grupo tem 150 lojas multimarcas, todas próprias, distribuídas entre as redes Paquetá, Paquetá Esportes, Gaston e Esposende no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. As lojas franqueadas, exclusivas das marcas Capodarte e Dumond, somam 114, incluindo 15 no exterior, mas o número também deverá ser ampliado para 150 até o fim do ano, de acordo com Strassburger.

 


Veículo: Valor Econômico


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