Alta do dólar faz Klabin registrar prejuízo de R$ 253 milhões

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A desvalorização cambial provocou um forte impacto nas contas da Klabin no terceiro trimestre. A maior produtora de papéis para embalagens do Brasil foi do lucro de R$ 174,9 milhões no segundo trimestre para um prejuízo de R$ 253 milhões nos últimos três meses em função da virada do câmbio. Em 2007, a empresa havia registrado um lucro de R$ 177,5 milhões neste mesmo período do ano. Nem mesmo o crescimento de 6,6% na receita líquida de um ano para o outro, quando subiu de R$ 722 milhões no terceiro trimestre de 2007 para R$ 770 milhões, compensou a perda.

 

O endividamento bruto da Klabin, que impactou no resultado, no fim de setembro era de R$ 4,9 bilhões, dos quais R$ 2,45 bilhões (50%) denominados em moeda estrangeira, equivalente US$ 1,283 milhões. No acumulado do ano de janeiro a setembro, a Klabin teve prejuízo líquido de R$ 1 milhão, ante lucro líquido de R$ 550 milhões de igual período 2007. A dívida, entretanto, refere-se a financiamentos de longo prazo, até 2020.

 

A receita nos nove primeiros meses do ano somou R$ 2,29 bilhões, com expansão de 7,7%.

 

Cautela

 

A virada repentina nas expectativas de mercado deve levar a empresa a recuar em R$ 200 milhões seus investimentos até o final do ano, estimados anteriormente em R$ 800 milhões, segundo o diretor geral, Reinoldo Poernbacher. "A orientação de agora em diante é fazer somente o necessário para manutenção e manter toda a cautela possível", disse o executivo.

 

A Klabin é mais uma das companhias do setor de papel e celulose a se tornar vítima da virada do dólar nas últimas semanas. A Aracruz Celulose foi a primeira a relatar prejuízos com operações no mercado futuro. Em seguida, veio a Votorantim Celulose e Papel (VCP). Mas a Poernbacher garante que a Klabin não está exposta em operações de risco.

 

"A empresa não realiza operações de alavancagem de hedge, somos conservadores nesta questão", acrescenta o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Sérgio Alfano.

 

Entre os projetos que foram suspensos estão o de Santa Catarina, orçado em R$ 200 milhões. "Só depois do tsunami passar é que poderemos voltar a pensar em novos investimentos", diz Poernbacher. Isso inclui também planos para 2009 que já estão sendo desenhados. "Devemos gastar apenas R$ 450 milhões no próximo ano com manutenções", afirma Alfano.

 

A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no terceiro trimestre despencou de R$ 200 milhões, em 2007 para R$ 154,6 milhões. Em nove meses, o Ebitda de 2008 ficou 10,7% menor que o de 2007, passando de R$ 603 milhões para R$ 538 milhões. A margem Ebitda passou de 28% para 24% em 2008.

 

Desde o dia 13, a empresa vem recomprando suas ações no mercado. O conselho aprovou de administração aprovou a recompra de até 46.171.707 ações preferenciais, que representam 10% do total de papéis em circulação no mercado. As ações recompradas poderão ser canceladas ou alienadas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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