O setor de papel e celulose deve ser um dos que mais sentirão o impacto do câmbio nos números a serem divulgados. De acordo com a Fator Corretora, as dívidas e custos atrelados ao dólar devem impactar fortemente os balanços das quatro empresas avaliadas pela Fator (Klabin, Aracruz, VCP e Suzano). Para tentar amenizar o problema, a Suzano anunciou na noite de quarta-feira que vai parar a produção de celulose na fábrica de Mucuri, na Bahia, na primeira semana de novembro por queda na demanda.
A companhia informou que a redução na demanda asiática, principalmente da China, forçou a empresa a tomar a decisão. O objetivo é reduzir, no mínimo, 30 mil toneladas na produção de celulose de mercado. No final de julho, a companhia anunciou plano para dobrar de tamanho até 2015 por meio de projeto de expansão para triplicar a capacidade de produção de celulose de eucalipto até essa data para 6 milhões de toneladas anuais, em investimentos de cerca de US$ 5 bilhões. Na última semana, porém, o presidente da companhia, Antonio Maciel, disse durante uma conferência do setor que se fosse necessário para o equilíbrio do mercado, pararia as máquinas. E foi o que fez. A capacidade de produção de celulose da unidade é de 1,6 milhão de toneladas/ano. A participação da celulose na receita da empresa no primeiro semestre de 2008 foi de 40% e as vendas da Suzano para a Ásia representaram 35%. O principal mercado de exportação, segundo a companhia, é a Europa com 56%.
O presidente da VCP, José Luciano Penido, também afirmou que poderia parar as máquinas, caso fosse necessário. Mas ontem a empresa informou que não planos para isso. A Aracruz também informou que não tem planos de paradas, por enquanto.
Veículo: Gazeta Mercantil