Setor de malharia aposta na alta do dólar para crescer

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Em 2008, o setor de malharia de Minas Gerais deve fechar o ano com estagnação nos negócios frente ao exercício passado, em função da crise econômica mundial. Porém, para 2009 a previsão é de que com a valorização do dólar frente ao real as empresas consigam se recuperar e haja um incremento de 15%. Esta é a primeira projeção de crescimento desde 2004, última vez que o segmento registrou elevação das vendas.

 

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis e de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas), Flávio Roscoe Nogueira, este primeiro momento da turbulência econômica está fazendo com que os empreendedores ajam com receio. Alguns pedidos de grandes magazines já foram cancelados e empresas já sentem dificuldade de obtenção de crédito.

 

Nogueira explicou que algumas indústrias não estão conseguindo descontar os recebíveis junto aos bancos e devem ficar descapitalizadas nos próximos meses. Porém, se por um lado o cenário econômico traz perdas para o setor, por outro há grande expectativa de que a cotação do dólar em patamares mais elevados o segmento consiga se recuperar da recessão que marcou a produção de malhas nos últimos anos.

 

Desde que o dólar começou a se desvalorizar frente ao real, em 2005, o setor não conseguiu mais crescer. Segundo Nogueira, durante este período houve entrada de grandes volumes de roupas importadas - principalmente da China - com preços mais acessíveis que as nacionais, o que fez com que as confecções brasileiras diminuíssem o ritmo de fabricação. O último crescimento do setor foi registrado em 2004, quando houve incremento de 15% frente ao ano anterior, conforme o dirigente.

 

Atualmente, o setor no Estado produz cerca de 2,5 milhões de toneladas de malhas por mês, sendo que o volume anual fica entre 25 milhões e 30 milhões toneladas. No entanto, Nogueira ressaltou que o segmento está operando com cerca de 20% de ociosidade, o que é considerado prejudicial para os negócios. "As nossas fábricas são projetadas para trabalhar no limite da produção. Quando isso não acontece os custos fixos pesam no orçamento", disse.

 

Insumos - No momento, as empresas estão tendo que lidar com a elevação do preço da matéria-prima, pois algumas são cotadas em dólar. Em alguns casos o aumento chegou a 10%. Conforme explicou o presidente da entidade, como a concorrência no Brasil é grande, mesmo com aumento do custo de fabricação não há como repassar o custo adicional ao produto final.

 

De acordo com ele, o segmento vislumbra mudança de cenário no médio prazo. A escassez do crédito pode até promover um aquecimento na demanda por roupas. "Nestes últimos anos as confecções passaram a disputar espaço no orçamento do consumidor com bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis. Como as roupas são mais baratas e não dependem de financiamento, acredito que esta situação será revertida", disse.

 

Estima-se que em Minas Gerais, atualmente, estejam em operação 30 fábricas de malhas. O setor têxtil como um todo, incluindo também as que produzem tecido plano, conta com 120 empreendimentos no Estado.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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