Os preços do café deverão se recuperar para US$ 1,40 a libra-peso nos próximos seis meses se a crise mundial do crédito arrefecer, uma vez que o consumo mundial continua crescendo, puxado pela demanda por parte dos países emergentes, disse Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em Tóquio.
"No Leste Europeu a demanda está muito boa", disse Braga. "No Brasil, em 2008, o crescimento do consumo é de cerca de 4%, o que é muito significativo. E vai continuar crescendo. Estamos muito otimistas com relação a isso."
Os contratos futuros de café negociados em Nova York despencaram 34% em relação à sua maior alta de 10 anos, de US$ 1,7190 a libra-peso, alcançada a 29 de fevereiro. Eles atingiram sua maior baixa de US$ 1,0935 a libra-peso no último dia 8 de outubro, pressionados pelo receio de que o congelamento do crédito vai desacelerar a economia mundial, reduzindo a demanda por commodities. Os estoques dos armazéns monitorados pela ICE Futures U.S. estavam subindo, enquanto as exportações do Brasil, o maior produtor mundial, também cresciam.
A queda "não tem absolutamente nada a ver com os fundamentos econômicos", disse. "Não há qualquer excedente em nenhum país. Uma faixa de US$ 1,30 a US$ 1,50 a libra-peso se harmoniza absolutamente com os fundamentos econômicos."
Os estoques mundiais somam atualmente de 23 a 24 milhões de sacas, o que é "um nível muito normal", acrescentou.
Veículo: DCI