A produção física da indústria de embalagens cresceu 10,13% em 2010, após queda de 3,77% em 2009. É o que revela o Estudo Macroeconômico da Embalagem, realizado há 15 anos pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre) em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV)
Segundo Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Ibre/FGV, no primeiro semestre do ano passado o setor estava em franca recuperação e a taxa de crescimento alcançou 15,57% em relação ao mesmo período de 2009. Da metade do ano em diante, o ritmo arrefeceu e a taxa de crescimento ficou em 7% no segundo semestre se comparada ao mesmo período do ano anterior.
Ainda de acordo com o Estudo Macroeconômico da Embalagem, o nível de emprego na indústria atingiu, em dezembro de 2010, o patamar de 210 mil postos. A perspectiva para 2011 é que totalize 220 mil.
Balança comercial - As exportações diretas do setor de embalagem tiveram faturamento de US$ 410,119 milhões em 2010, valor que representa um acréscimo de 16,70% em relação a 2009, ano que as exportações chegaram a US$ 351,410 milhões.
Como em 2009, a indústria de plásticos obteve forte desempenho (46,65%), seguidas das metálicas (21,65%) e papel, papelão e cartão (19,48%).
Já as importações de embalagens vazias tiveram um acréscimo de 70%, com faturamento de US$ 794,057 milhões. Estes números indicam que a balança comercial do setor ficou deficitária, com US$ 410,119 milhões exportados em 2010 contra US$ 794,057 milhões de importação.
Os setores usuários de embalagem que apresentaram melhor desempenho em volume consumido foram a indústria de bebidas (11,15%), vestuário e acessórios (7,17%), calçados e artigos de couro (6,74%) e alimentos (4,39%).
O estudo mostra, ainda, que em 2011 o setor deverá crescer 2,2%. Os fabricantes nacionais de embalagem deverão obter receitas próximas a R$ 44 bilhões, superando os R$ 41,1 bilhões gerados em 2010.
Rótulo - Metade dos brasileiros afirma ler sempre ou na maior parte das vezes o rótulo das embalagens antes de comprar um produto. Há, ainda, 27% que o fazem com menor freqüência, totalizando 77% de consumidores que têm o hábito de ler os rótulos das embalagens pelo menos de vez em quando. A constatação é de uma pesquisa realizada pela GfK, quarta maior empresa de pesquisa de mercado no Brasil e quarta maior grupo mundial do setor.
O estudo revela que os entrevistados com idades entre 35 e 55 anos são os mais atentos ao conteúdo das embalagens: 55%. Entre os mais jovens, dos 18 aos 24 anos, o índice de leitura é o mais baixo: 44%.
Paulo Carramenha, diretor presidente da GfK CR e professor do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM, destaca que há um crescente interesse dos consumidores na busca por informações que os ajudem nas suas decisões de compra e as embalagens têm papel fundamental nesse processo. "Muitas empresas já atentaram para esse aspecto e vêm usando a embalagem como um dos principais canais de comunicação com os consumidores, para divulgar os benefícios e valores das suas marcas", explicou.
Nota-se ainda uma mudança no interesse pelas informações contidas nas embalagens entre os consumidores das diferentes classes sociais. Entre os integrantes das classes C e D o índice de leitura freqüente dos rótulos é de 46%, enquanto que nas classes A e B chega a 54%.
Não há, no entanto, variação de comportamento entre homens e mulheres, que têm a mesma preocupação com o assunto. 50% dos entrevistados do sexo feminino e masculino afirmam ter esse costume.
Para realizar o estudo, a GfK ouviu mil pessoas, a partir dos 18 anos, em nove regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém) e três capitais (Brasília, Goiânia e Manaus).
Veículo: Diário do Comércio - MG