Vende-se de tudo. Até gasolina

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A Ipiranga aposta na conveniência para aumentar a receita da rede e defender a segunda posição no ranking dos postos de serviços

 

Que tal passar num posto de gasolina para comprar uma geladeira? Ou, ainda, sair de lá com um pão quentinho para o café da manhã? Estranho? Pode até ser, mas a chamada conveniência – oferecer uma gama cada vez maior de produtos e serviços no mesmo lugar – transformou-se num modelo de negócios tão rentável que até a comunicação da rede de postos Ipiranga mudou. 

 

Sai o slogan “brasileiro é apaixonado por carro” e entra o “Postos Ipiranga, um lugar feito para você”. Não por acaso, a denominação “posto de gasolina” foi substituída  na propaganda pelo genérico “um lugar”.

 

A tendência de transformar os postos numa central de serviços não é exatamente nova no Brasil. Começou com a instalação de caixas eletrônicos e evoluiu conforme foram aumentando as necessidades dos consumidores.

 

Hoje, pode-se não apenas sacar dinheiro como comprar créditos para telefone celular, alugar DVDs, comprar bebidas e alimentos e – acredite – até abastecer o carro ou fazer a troca do óleo. No caso da rede Ipiranga, os exemplos acima não são licença poética.

 

Em algumas lojas, é possível sim, consultar um extenso catálogo de produtos – que incluem geladeiras, aparelhos de som e outros eletrodomésticos – fazer a compra e esperar em casa pela entrega.

 

A facilidade é possível por conta da parceria firmada entre a distribuidora de combustível e a Hermes S/A – maior empresa brasileira de vendas por catálogos.

 

Um levantamento da rede Ipiranga mostra que, nas lojas em que há oferta de outros serviços, as vendas chegam a ser 50% maiores e a frequência nas lojas aumenta, em média, 20%.

 

Jerônimo dos Santos: a loja virtual com a marca Ipiranga, lançada em outubro
de 2008, oferece mais de 30 mil produtos. Só em 2010, vendeu 2,1 milhões de itens

 

O negócio da conveniência vem ganhando cada vez mais espaço na rede Ipiranga. Um posto “comum” demanda área mínima de 1,6 mil metros quadrados. Quando agrega outros serviços, há um aumento de 50 metros quadrados.

 

Não é muito. Principalmente pelo retorno proporcionado, inclusive na venda de combustível. Com conveniência, a média mensal de abastecimentos é de 12 mil.

 

Em postos que “só” vendem combustível, a média cai para 10 mil.  “Percebemos a oportunidade de negócios para nós e para os revendedores pelo fluxo que determinados itens geram”, afirma o diretor de varejo e marketing da Ipiranga, Jerônimo dos Santos.

 

“Temos mais de 30 mil itens e média de 600 mil visitas por mês”, diz Santos. “Em 2010 vendemos 2,1 milhões de itens pela internet. É o triplo do comercializado em 2009.”

 

Segundo o Sindicado Nacional de Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), há 36 mil postos de gasolina e 6,1 mil lojas de conveniência no País. Em 2010, a receita das lojas de conveniência foi de R$ 2,8 bilhões.

 

A Ipiranga não é a única a apostar no negócio. Mas é a que tem política mais agressiva na área. “Não é por acaso que eles estão apostando cada vez mais nesse nicho. A concorrência que já era grande vai ficar ainda mais complicada com a fusão entre Shell e Cosan”, diz um executivo do setor que prefere não se identificar.

 

Hoje, a líder no mercado de distribuição de combustível é a  BR, da Petrobras, com 37,1% de participação. A Ipiranga é a segunda, com 18,6%. A Shell detém 13,3% e a Cosan, quarta colocada, 5,3%.

 

Em fevereiro elas anunciaram a criação da Raízen, resultado da integração entre ambas e que vão em busca do segundo lugar. “A fronteira entre os canais de venda está cada vez menor e todas as distribuidoras estão apostando em suas marcas de conveniência”, afirma Guilherme Sinon, analista da consultoria Nielsen. Os concorrentes da Ipiranga na área da conveniência são a BR Mania, da BR e a Select, da Shell.

 


Veículo: Revista Isto É Dinheiro


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