Caça aos alimentos japoneses

Leia em 2min 10s

O terremoto seguido de ondas gigantes que atingiu o Japão em 11 de março causou uma “corrida” às lojas de alimentos de origem japonesa no bairro da Liberdade, em São Paulo. Preocupados com uma possível falta de produtos originários do país asiático, consumidores encheram os carrinhos com o objetivo de estocar mercadoria. A situação também despertou o interesse de outras pessoas pela culinária oriental. O resultado foi uma alta entre 30% a 40% nas vendas em comparação com dias normais.

 

Como os estabelecimentos comerciais não estavam preparados para esse crescimento da procura, alguns produtos chegam a ficar em falta nas prateleiras, como wasabi (raiz forte), macarrão, missô (pasta de soja) e algas. A reposição é feita conforme as mercadorias chegam.

 

Até o momento, as lojas não estão com problemas de importação e uma possível escassez poderá ser sentida daqui dois meses – tempo médio que uma mercadoria demora para chegar do Japão.

 

De acordo com o gerente da Mercearia Oriental, Francisco Fernandes Martins, ocorreu um alarde desnecessário. O movimento na loja no fim de semana foi acima do normal, comparado até com o fim do ano.

 

“Existem produtos que substituem os japoneses, mas existe uma fidelidade, principalmente por parte dos idosos.” Na sexta-feira de manhã, por exemplo, a mercearia tinha 40 potes de maionese de uma marca específica. À tarde, o estoque já havia se esgotado.

 

Movimento intenso

 

Na loja Marukai, o movimento aumentou a partir do dia 16 e foi intenso até domingo. “Tem muita gente fazendo compra adicional, o que é desnecessário. Orientamos a não fazer estoque”, diz o gerente da loja Luiz Carlos Zabala.

 

Caso faltem produtos japoneses, o mercado conta com similares coreanos, chineses e brasileiros para suprir a demanda. E muitos produtos têm marca japonesa, mas são fabricados em países, como Estados Unidos e China.

 

A professora Nanami Taba tem preferência por produtos japoneses, mas não se importará de consumir alimentos de outras origens. “Temos que compreender a situação do Japão.”

 

Ontem, a fisioterapeuta Grace Tiemi Otsu, 35 anos, sentiu falta de macarrão lámen e kombo (alga) nas prateleiras, mas aproveitou a ida à Liberdade para comprar uma maior quantidade de outros tipos de macarrão, wasabi, curry, biscoitos e furikake (tempero para colocar em cima do arroz).

 

A fisioterapeuta estava acompanhada dos amigos Marcelo Spiller, 32, e Freydon Sato, 25. Ambos são chefs de cozinha e foram comprar ingredientes para um evento programado para sábado. “Encontramos tudo o que precisávamos”, diz Spiller.

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


Veja também

Ipem lança cartilha sobre postos de combustíveis

Com presença da secretária da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, o Ipem-SP lança a cartilha "I...

Veja mais
Farinha de trigo comum se valoriza no mercado interno

Indústrias de pães, massas e biscoitos consultadas pelo Cepea afirmam que já têm negociado a ...

Veja mais
Preço dos têxteis subiu até 25% nos últimos 12 meses, diz Abit

Nem mesmo a previsão de que a safra brasileira deste ano será recorde deve fazer os preços do algod...

Veja mais
Porta a porta atrai Polishop e Unilever

O crescimento do negócio de venda porta a porta, mais conhecido como venda direta, atrai players de diferentes se...

Veja mais
Preço do etanol já acumula alta de 19% este ano em SP

De acordo com a ANP, preço médio do litro do combustível ficou em R$ 1,99 na semana passada, ante R...

Veja mais
Setor de perfumaria espera deficit de US$ 360 mi da entidade

A indústria brasileira de cosméticos e produtos de higiene, que passou oito anos com saldos positivos na b...

Veja mais
Tortuguita chega repleta de novidades para a Páscoa da criançada

Um dos carros chefe da Arcor para a Páscoa deste ano são os chocolates da marca Tortuguita, sucesso entre ...

Veja mais
Walmart apresenta lançamentos para a Páscoa

O Walmart amplia a sua linha de marca própria para a Páscoa e apresenta quatro lançamentos de ovos ...

Veja mais
Setor têxtil eleva preços de 15% a 25% em 12 meses

Concorrência de produtos chineses dificulta o repasse da alta na cotação do algodão para os c...

Veja mais