Após comprar Camicado Renner ganha concorrente

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Depois da aquisição da Camicado pela varejsta de vestuário criada no sul, Renner, a empresa compradora, já vê a concorrência aumentar, pois a negociação já nasce com uma concorrente: a da família Camicado, que vendeu apenas as lojas voltadas ao público A e B, mas ficou com sete lojas localizadas na região da Rua 25 de Março, no centro da capital paulista. Essas unidades devem receber investimentos, depois da venda de R$ 157 milhões de 27 lojas. A ideia agora, ao que tudo indica, é que a família continuará a vender os mesmos produtos nas unidades que não entraram no negócio com a Renner, sendo que ambas empresas estarão agora com produtos também para as classes C e D. A decisão deve ser confirmada no dia 04 de maio, após a análise dos acionistas.

 

"A família que tinha a rede Camicado deve adotar outro nome para as lojas restantes e continuar com o negócio", afirma o sócio da Tozzini Freire Advogados, Mauro Guizeline, que assessorou a compra. Para dar continuidade à ampliação, o diretor da consultoria Naxentia, Miguel Abdo, acredita que a marca vinda do sul deve seguir a tendência das marcas varejistas europeias e pode vir a atuar em segmentos distintos daqui por diante. "Caso a Renner tenha a oportunidade da compra ela pode vir a atuar em móveis e eletreletrônicos e começar a ganhar o mercado nesse multiformato, seguindo os passos de empresas como Casas Bahia", enfatiza o diretor.

Futuro

 

A rede Camicado, que possui 27 lojas deve ter 101 em 2015 e 125 em 2020, apesar do aumento as Lojas Renner vê a estimativa como "conservadora". A recém adquirida deve ser prioridade nos próximos seis meses e deve crescer tanto com a abertura de novas unidades quanto por meio de vendas nas lojas já existentes, visto que as lojas atuais possuem potencial de elevar as vendas de 30 a 40 %, segundo o diretor presidente da Renner, José Galló. "Era uma empresa bem gerida, mas que não estava aproveitando o seu potencial de expansão. Os acionistas já não tinham tanto ímpeto de expansão", disse Galló em teleconferência.

 

O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Renner, Adalberto Santos, explicou que o plano de crescimento da Camicado em cinco anos leva a uma estimativa de expansão média de 15% ao ano. Apesar de não descartar a possibilidade de inaugurar lojas de rua, Galló disse que os shopping centers serão o principal vetor de crescimento da Camicado. A Renner não informou em quanto tempo o cartão da marca poderá ser utilizado na Camicado, mas Galló observou que a implantação deve levar o tempo necessário para a integração dos sistemas. Atualmente 60% das vendas da Camicado ocorrem por meio de cartão de crédito, enquanto o restante é dividido entre cartões de débito, cheque e dinheiro.

 

Outro desafio da rede será a integração dos sistemas de gestão das duas empresas - caso essa seja a decisão dos compradores .

 

A Lojas Renner é usuária do Oracle Retail, enquanto a Camicado utiliza o concorrente SAP Retail.

 

Mercado

 

Durante a teleconferência a empresa também falou sobre a eliminação de despesas não recorrentes podem elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em algo entre 7 e 8 % para a Camicado. Em 2010, o Ebitda da Camicado totalizou R$ 4,3 milhões e a previsão é de que em 2015 o valor chegue R$ 78,5 milhões. a após as inaugurações. A receita líquida, por sua vez, deve avançar de R$ 127,6 milhões em 2010 para R$ 621,6 milhões de reais em quatro anos.

 

O negócio marca também a volta da Lojas Renner às compras, após o cancelamento da aquisição da carioca Lojas Leader, em outubro de 2008. A Renner chegou a fazer uma oferta de R$ 670 milhões, mas retirou a proposta da crise econômica mundial.

A Camicado, que tem 800 funcionários, faturou R$ 153,1 milhões no ano passado. Em termos de preço, as lojas em shoppings se situam no meio da pirâmide de renda, com valores praticados comparáveis aos de Tok&Stok e MMartan, segundo comunicado da Renner. No ano passado, o Ebitda da Camicado totalizou R$ 4,3 milhões e a previsão é de que em 2015 o valor chegue a R$ 78,5 milhões. A receita líquida, por sua vez, deve avançar de R$ 127,6 milhões em 2010 para R$ 621,6 milhões, em quatro anos.

 

Segundo especialistas em varejo, o negócio faz sentido para a Renner, que fechou 2010 com receita de R$ 2,75 bilhões e 134 lojas, quando a empresa lançou um modelo de unidades compactas, com o objetivo de elevar o número de pontos de venda com a bandeira Renner para 250 até o fim de 2014. Hoje o potencial de consumo de segmento de cama, mesa e banho, utensílios domésticos e decoração no Brasil é de R$ 15,7 bilhões, sendo que as classes A-, B e C+ concentram R$ 12,1 bilhões, após o programa do governo "Minha Casa, Minha Vida".

 

 

Veículo: DCI


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