Wickbold põe novos projetos de pão no forno

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Fabricante planeja abertura de novas fábricas, provavelmente no Distrito Federal e Rio Grande do Sul, para reduzir custo logístico e acelerar entrega

 

 

Entre 2006 e 2010, o consumo per capita de pão industrializado aumentou 15% no Brasil, chegando a 4,7 quilos por habitante. Ao mesmo tempo emque a vida corrida tem levado o homem a comer mais sanduíches, o aumento do poder aquisitivo tem feito com que os pães especiais — integrais ou com ingredientes benéficos à saúde como a linhaça — girem mais rapidamente nas gôndolas. De olho neste movimento, a indústria paulistana Wickbold, fundada há 73 anos como uma pequena padaria de pães integrais, de centeio e preto e hoje  a terceira maior fabricante do país atrás do grupo mexicano Bimbo e da brasileira Panco,está adicionando fermento à sua receita de negócios.

 

A empresa está se estruturando para engordar sua participação de 14,1% no bilionário mercado brasileiro de pães industriais, que movimentou R$ 2,7 bilhões e 914 mil toneladas no ano passado. Os dados de participação de mercado foram informados pela empresa, com base nos números da Nielsen.

 

“Nossa visão de futuro é atender todo o mercado nacional, caminho que temos que traduzir em planejamento estratégico nos próximos cinco anos. Estamos nos estruturando para ter várias fábricas em  vários estados brasileiros”, afirma Ronaldo Wickbold, diretor industrial e de logística da Wickbold e herdeiro do negócio.

 

Hoje, a Wickbold tem quatro fábricas em operação. Três no estado de São Paulo e uma no Rio de Janeiro. A mais moderna, inaugurada em 2007 em Hortolândia (SP), demandou um investimento de R$ 50 milhões.

 

O plano de crescimento da companhia prevê a comercialização em todo o país de pães, torradas e bolos das marcas da Wickbold e de terceiros que ela distribui e revende, a exemplo damarca Casa Suíça, negócio do irmão mais velho de Ronaldo.

 

Atualmente, os produtos da Wickbold chegam a 10 estados e ao Distrito Federal. O avanço demandará a abertura, no médio a longo prazo, de fábricas em regiões como o Norte ou o Nordeste e no Sul do país.

 

Hoje, os pontos mais distantes de comercialização dos produtos Wickbold são o Distrito Federal e o Rio Grande do Sul. “Para reduzir custos logísticos e garantir nossa filosofia de que o produto produzido hoje tem que estar no ponto de vendas amanhã, é importante termos fábricas em outras localidades”, afirmaWickbold.

 

Pão fresco é a alma de um negócio que vende para os supermercados em consignação e que atrai o consumidor pela aparência e pelo paladar.

 

Por este motivo, a companhia também tem reforçado a aposta no desenvolvimento de pães especiais — a exemplo da versão de castanha do Pará com quinoa, o mais vendido do país na categoria integral, segundo a Nielsen.

 

Para estimular o giro de seus produtos, a Wickbold vai investir R$ 15 milhões neste ano em marketing e trade marketing (ações promocionais em pontos de venda). Estas ações devem ajudar a empresa a alcançar um faturamento de R$ 480 milhões neste ano, um incremento de 15% sobre a receita de 2010. Basta saber, contudo, se isso será suficiente para ela ultrapassar a Panco e conquistar o segundo lugar em vendas de pães industrializados em 2011.

 

Alimento integral visa elevar lucro

 

 

Wickbold leva estratégia dos pães especiais para a linha de torradas para aumentar margem

 

Fabricante reajusta tabela de preços em cerca de 7% a partir de maio. Alta dos grãos e pressão de prestadores de serviços vão fazer o pão de forma subir 

 

 

No ano passado, a Wickbold consegiu atingir R$ 416 milhões de faturamento, um valor 13% superior a 2009. Embora as vendas tenham crescido em volume e em valor, os lucros não acompanharam a curva ascendente. “A época áurea dos grandes lucros já passou. Os resultados estão cada vez mais apertados e muito mais baixos que há 10 anos”, admite Ronaldo Wickbold, diretor industrial e de logística da fabricante de pães.

 


Entre as razões para a queda no lucro operacional, ele destaca o aumento visível da competitividade e também a alta no custo dos grãos. Não são só os preços da farinha de trigo e do açúcar que o preocupam. A explosão do barril de petróleo deve espirrar custos extras na folha de pagamento da Wickbold. “A nafta é a principal matéria-prima para produção das embalagens. Ela nunca cai de preço, nem mesmo diante da queda do petróleo e do diesel”, reclama. O empresário ainda fala de uma pressão generalizada para aumento de serviços terceirizados, a exemplo do transporte.

 


O aumento de custo, contudo, será repassado. “Ninguém faz mágica”, diz Wickbold. Neste momento, as novas tabelas estão sendo repassadas para o varejo que, a partir de maio, recebe a listagem nova de preços. O incremento será de 3% a 9%, dependendo do item. Na média, a tabela ficará 7% mais cara a partir do próximo mês.

 


 A estratégia para ganhar o consumidor preocupado com a cintura e também elevar as margens está nos produtos especiais, a exemplo da torrada de castanha do Pará com quinoa integral, que a empresa está lançando de carona no sucesso do pão de mesmo sabor, que teria se tornando o integral mais vendido do país em 2010. As torradas Wickbold são produzidas pela Charlotte, fabricante terceirizada do Paraná.

 

Veículo: Brasil Econômico


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