A demanda por brinquedos no Brasil continua aquecida. Com isso, as fabricantes do setor chegam a projetar incremento de até 20% para este ano. No entanto, empresas como Calesita, Gulliver, Long Jump e Candide, apresentam estratégias diferentes para abocanhar uma fatia desse segmento.
A multinacional argentina Calesita é um bom exemplo do crescimento do mercado brasileiro de brinquedos. A companhia fechou sua fábrica na Argentina e optou por produzir brinquedos apenas no Brasil. "Todos os nossos produtos são fabricados aqui. Na Argentina temos apenas um centro de distribuição", afirma a diretora de marketing da empresa, Analú Stefanelli. O diretor da Calesita, Osvaldo Hector Vacinaletti, enfatiza que os brinquedos importados, principalmente da China, tiram a competitividade da indústria nacional.
A companhia, que produz mais de 2,4 milhões de peças anuais, projeta crescer 20% este ano. Com o aquecimento do mercado, a Calesita fará aporte de R$ 5 milhões na aquisição de maquinário e ampliação de área. "Não conseguimos atender toda a demanda do Dia das Crianças e do Natal de 2010, pois nossos brinquedos são grandes e não tínhamos espaço suficiente", conta Stefanelli.
Medidas adotadas pela Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq), como a redução da alíquota de importação de peças e partes de brinquedos para 2% e aumento da taxa sobre o produto acabado, passando de 20 para 35% em 2010, fizeram, segundo a brasileira Gulliver, a indústria nacional retomar fôlego. O grupo, que já chegou a contar com 60% de produtos importados, hoje mantém esse volume em 40%. A Gulliver fabrica mais de 2 milhões de peças e prevê alta de 15% no faturamento deste ano.
Considerada uma das maiores importadoras do País, a Long Jump busca junto à Abrinq, que os tecidos de pelúcia, utilizados pela empresa para a confecção nacional de ursos, seja incluída em peças e partes para usufruir da alíquota de 2% para importação do produto. Segundo o diretor da empresa, Luiz Fiorini, apenas os ursos são fabricados no País e já respondem por cerca de 15% da receita total da empresa. A Long Jump espera incremento de 20% para o ano.
Já a Candide, com 42 anos no País, não pretende produzir em solo brasileiro. "Nossos produtos são de origem 100% chinesa. A taxa de 35% sobre a importação de brinquedos sacrificou nossas margens, mas ainda assim é melhor negócio do que fabricar localmente", afirma o diretor de marketing da Candide, Bruno Verea.
Veículo: DCI