Mercado cria genérico de marca e de alta complexidade

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Para não perderem espaço no mercado, as estratégias das farmacêuticas têm extrapolado os investimentos no segmento de genéricos e no âmbito da inovação. Com isso, os laboratórios acabaram criando duas novas "categorias": o genérico de marca e o medicamento de alta complexidade.

 

O foco de algumas empresas agora está no desenvolvimento dos "brand generics", os chamados genéricos de marca, que são cópias de medicamentos que levam o nome da fabricante do genéricos. "Essa já é uma tendência lá fora. O cliente é atraído pelo genérico da marca que ele conhece", afirma o presidente da Interfarma, Antônio Britto.

 

A ideia contraria com o princípio básico do genérico, que é a venda da fórmula, sem a necessidade de investimentos em marketing, o que ajuda na redução do preço final do produto ao consumidor. Mas, com o número cada vez maior de fabricantes de genéricos, a saída é justamente diferenciar uma cópia da outra no balcão da farmácia. E o plano de vendas é diferente: apesar de o genérico de marca ser igual a qualquer outro genérico, enquanto o segundo trabalha com a promoção no ponto de venda, o primeiro trabalha na promoção com o médico.

 

"O genérico (sem marca) é muito commoditizado, só manda o preço. Do ponto de vista de negócio, menos saudável. Na prescrição médica, conseguimos agregar valor, pois, trabalhamos com a geração de demanda", afirma a diretora de sustentabilidade e novos negócios da Eurofarma, Maria Del Pilar Muñoz. "O médico prefere indicar um genérico de sua confiança", completa a executiva.

 

As empresas focadas em inovações, por sua vez, têm adotado a estratégia de investir na pesquisa e no desenvolvimento de medicamentos mais complexos, difíceis de serem copiados, como os biológicos, originados a partir de seres vivos. Difíceis, mas ainda assim passíveis de cópia

 

"Atualmente, mais da metade das nossas vendas são protegidas por patentes. Queremos aumentar a parcela protegida com biológicos", conta o diretor-geral da divisão Pharma da Novartis, Adibi Jacob. Segundo ele, as projeções da empresa apontam que, em cinco anos, a parcela patenteada dos medicamentos da Novartis alcance a faixa dos 70%.

 

Vale lembrar que o uso dos medicamentos biológicos são bem mais restritivos, já que essas formulações são voltadas para as doenças mais complexas. Os maiores compradores desses produtos são os governos.

 

"O fenômeno dos biológicos é interessante. Muitos deles vão perder patentes. Mas é difícil reproduzir esses medicamentos e poucas empresas terão capacidade de atuar nesse mercado. Isso pode criar uma segmentação na indústria de genérico de alta tecnologia", avalia o executivo da Novartis. (VD)

 

Veículo: Valor Econômico


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