O avanço dos centros de distribuição

Leia em 3min 20s

O abastecimento da cidade de São Paulo exige cada vez mais operações em centros de logística, que recebem a atenção crescente de grandes incorporadoras.

 

O desafio de abastecer a gigantesca demanda de mercadorias do comércio de São Paulo está aumentando os investimentos em centros de distribuição logísticos de alta qualidade no entorno da região metropolitana e levando incorporadoras a aumentar o interesse por esse segmento.

 

"Você já pensou na complexidade de levar um copo de água mineral a um ponto comercial de Manhattan, em Nova York? A dificuldade para fazer a distribuição em São Paulo é igual" diz Rodrigo Demeterco, diretor geral da Capital Realty, empresa imobiliária do segmento de infraestrutura logística e varejo originária do Sul do País,  enfatizando a crescente dificuldade de entrada de produtos em São Paulo e outras capitais brasileiras.

 

A valorização do preço dos terrenos no município de São Paulo, as restrições ao trânsito de caminhões, o custo alto das entregas noturnas e a mudança de perfil de muitos bairros exigiram soluções logísticas novas, entre as quais os centros de distribuição multiuso, localizados fora da cidade ou da região metropolitana.

 

Para o diretor da GR Properties, incorporadora especializada no segmento de distribuição, Guilherme Rossi, "os grandes galpões para armazenagem e indústria foram expulsos de São Paulo". A busca para quem precisa desses espaços se deslocou para o entorno da área metropolitana – terrenos situados dentro de um raio de 100 quilômetros da capital. "Há uma grande procura por áreas menos valorizadas, com boa infraestrutura, disponibilidade de mão de obra e acesso rodoviário e ferroviário", afirma ele. "Nossa tarefa é transformar o terreno em um negócio."

 

A GR Properties, que começou a operar no início de 2008,  lançou em 2009 um condomínio industrial em Jundiaí (investimento de R$ 65 milhões), está construindo outro em Campinas (investimento de R$ 45 milhões) e vai lançar mais um no interior do estado no segundo semestre.

 

Inquilinos – Segundo Demeterco, da Capital Realty, a construção de centros de distribuição de uso dividido entre os inquilinos se acelerou nos últimos dois anos, com a valorização do preço do metro quadrado na capital de São Paulo. "Está ocorrendo um crescimento imobiliário intenso. O uso do terreno mudou. "

 

Para o corretor de imóveis Sidney Augusto Pereira, dono da Alpha Brokers Imóveis, de Alphaville Barueri, nem se fala mais em galpões industriais, só em centros logísticos. Segundo o corretor, os segmentos que mais procuram espaços para armazenagem no entorno da cidade são de insumos industriais, telecomunicações, farmacêutico e de informática.

 

Para Guilherme Rossi, da GR Properties, o maior cliente do centro de distribuição, hoje, é o operador logístico. "Não existe mais a indústria que armazena produtos no terreno ao lado. Quem distribui é o operador logístico, que pode usar o mesmo espaço de armazenagem e até o mesmo caminhão para mercadorias diversas", afirma. Outros clientes dos centros de distribuição são os sites de e-commerce.

 

Para o diretor financeiro da Cyrella Comercial Properties, Dani Ajbeszyc, a importância do segmento de condomínios logísticos no portfólio de negócios da empresa vai crescer nos próximos dois anos. O direcionamento da companhia é para áreas de 5 a 8 mil metros quadrados em locais como regiões urbanas ao redor do Rodoanel. A empresa está finalizando um centro de distribuição de grande porte em Cajamar (200 mil metros quadrados) e mais dois, em Jundiaí e nas proximidades do Rio de Janeiro. Ajbeszyc diz que acontece com São Paulo o que já ocorreu em outros locais do mundo. "Em Nova York e nas grandes cidades europeias, carreta não entra. A necessidade de locais que recebam a carga dos caminhões e a transfiram para veículos menores vai aumentar", diz ele.
 

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


Veja também

Piracanjuba moderniza embalagens

O Laticínios Bela Vista, detentor da marca Piracanjuba - uma das maiores do segmento lácteo brasileiro &nd...

Veja mais
Massa fresca e 'lámen' puxam categoria

As vendas de macarrão instantâneo e de pasta fresca salvaram o setor de massas em 2010, segundo levantament...

Veja mais
Brasil dobrará a exportação de frango à China neste ano

País recebe pedido chinês para habilitar 41 novas plantas de abate de aves em 2011 e o volume de embarques ...

Veja mais
A ofensiva da alemã Aldi na terra do Walmart

Rede europeia abre loja em NY, onde nem mesmo o rival americano conseguiu entrar A loja tem uma atmosfera alegre, areja...

Veja mais
Supermercados geram maiores créditos no DF

Os gastos dos consumidores do Distrito Federal em supermercados geram os maiores créditos no programa Nota Legal,...

Veja mais
Ovo da Páscoa varia mais de 100% em SP

Mesmo produto é achado a R$ 9,90 na zona norte e a R$ 19,90 no centro; ovo está 2,75% mais caro em 2011 ...

Veja mais
Teuto inicia produção de genérico para tratamento de glaucoma

O laboratório Teuto começa a produzir hoje o genérico do Cosopt, produto de referência desenv...

Veja mais
Emergentes e preços elevam desempenho da Nestlé

A Nestlé, líder mundial do setor de alimentos, faturou 20,3 bilhões de francos suíços...

Veja mais
Pequena fabricante de São Paulo disputa marca com Kopenhagen

Pedidos de informações sobre as franquias da Brasil Cacau viraram uma rotina no dia a dia da microempres&a...

Veja mais