A Procter & Gamble Co. (P&G) e a Colgate-Palmolive Co. capitanearam as empresas americanas de produtos de consumo na iniciativa de elevar os preços para fazer frente à alta dos custos, assumindo o risco de que os consumidores migrariam para marcas genéricas se elas os aumentassem demais.
No trimestre passado, a medida mostrou não ter valido a pena, uma vez que as marcas genéricas atraíram os consumidores abalados pela alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis.
As vendas de produtos de limpeza e de higiene e beleza subiram 8,9% nos Estados Unidos no período de quatro semanas encerrado a 4 de outubro, segundo estudo da empresa Bernstein Research. Comparativamente, as vendas de produtos como sabão e detergente para lavar louça aumentaram 2,3% para a P&G e 1,3% para a Colgate, segundo o relatório, de 17 de outubro.
No mesmo período de 2007, as vendas de produtos de marca tinham aumentado 2,4%, segundo a Bernstein. Acossados pela alta dos gastos, os consumidores estão esticando os recursos do orçamento doméstico, ao desacelerar as compras de produtos de maior preço, como as toalhas de papel Bounty da P&G e os lenços faciais Kleenex, da Kimberly-Clark, que vai informar seus resultados hoje.
"Há natureza cíclica dos produtos de marca, e ela se baseia na economia", disse Ali Dibadj, analista, lotado em Nova York, da Sanford C. Bernstein & Co. e autor do relatório. Segundo ele, em toda desaceleração as pessoas praticam o equilibrismo.
As marcas genéricas responderam por 13,5% do total de produtos de limpeza e de beleza e higiene comercializados em setembro, o que representa recorde, segundo o relatório, que empregou dados da empresa de pesquisa AC Nielsen.
As fabricantes de produtos de consumo aumentaram os preços em até 16% este ano para cobrir a alta dos gastos com petróleo, empregado nas embalagens plásticas e na celulose que a Kimberly-Clark utiliza no papel higiênico Scott e nos lenços Kleenex.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ