A produção de café arábica em Minas Gerais, de acordo com o segundo levantamento de safra elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é estimado em 21,848 milhões de sacas na safra 2011. Devido à bienalidade negativa da cultura, haverá uma redução na produção cafeeira de 12,03% em relação ao volume obtido na safra anterior. A produtividade média do Estado atingiu 22,18 sacas de café por hectare. A produção total, incluindo conilon, será de 22,124 milhões de sacas beneficiadas, com queda de 12%.
A segunda estimativa de produção de café arábica e conilon realizada pela Conab para a safra 2011 indica que o Brasil deverá colher 43,54 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. Isto representa uma redução de 9,5% em comparação às 48,09 milhões de sacas da temporada anterior. A área plantada no país, estimada em 2.282,1 mil hectares, é 0,31% ou 6.138 hectares inferior à cultivada na safra passada, que somou 2.289,2 mil hectares.
Devido aos bons preços pagos pelo café no mercado e à expectativa de manutenção da alta, os produtores mineiros investiram nos tratos culturais, aplicação de tecnologia e na busca por assistência técnica, o que contribuiu para minimizar a baixa produtividade.
A colheita em Minas Gerais começou na última semana de abril de forma ainda tímida, devendo se intensificar ao longo deste mês. Os consultores técnicos alertam para o alto percentual de grãos verdes colhidos nesta fase, com perda da quantidade e da qualidade da bebida do café colhido.
A segunda previsão da safra mineira de café em 2011 detalhou o desenvolvimento da cultura nas principais regiões produtoras do Estado. Além da bienalidade negativa também foram identificadas, em algumas regiões, perdas devido a fatores climáticos desfavoráveis. Já em outras regiões, o maior trato aplicado na cultura e o clima contribuíram para alavancar a produção.
De acordo com os dados da Conab, a cultura do café no Sul de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, esteve em início de maturação em abril. As condições climáticas na região foram consideradas favoráveis para a granação, o que tem resultado em frutos graúdos. No Sul e Centro-Oeste do Estado, a previsão é que sejam colhidas 10,4 milhões de sacas, queda de 16,8% em relação à safra passada.
Outro fato importante identificado pelos técnicos da Conab é a maturação mais uniforme dos frutos que proporcionará uma bebida de melhor qualidade em relação à safra passada e com preços mais elevados no mercado. Estes fatores positivos aliados aos bons preços que vêm sendo pagos pelo produto, têm servido de estímulo aos cafeicultores. Uma das modificações observadas é a melhora na aplicação dos tratos culturais, que vão desde as adubações, tratamentos fitossanitários e na busca constante por informações técnicas.
Já na região Centro-Sul do Estado, a estimativa aponta uma produção de 1,3 milhão de sacas de 60 quilos de café, com elevação de 1,69% quando comparada com a produção da safra anterior. De acordo com os técnicos da Conab, apesar da maior parte dos municípios produtores se encontrarem em fase de baixa produtividade, as boas condições climáticas verificadas na atual safra contribuíram para minimizar os efeitos da bienalidade na produção cafeeira.
A safra anterior foi prejudicada por irregularidades climáticas, que provocaram múltiplas floradas, pouco pegamento e desuniformidade na maturação dos frutos, impactando negativamente na qualidade do café produzido.
Com relação à qualidade do café a ser colhido nesta safra, existe boa expectativa por parte de produtores e técnicos, considerando o bom desenvolvimento dos frutos e maior uniformidade de maturação.
O cerrado mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste) apresentou a redução mais significativa. Com base no levantamento da Conab, a redução será de 23,1% na produção de café. A expectativa é que sejam colhidas 4,345 milhões de sacas de café.
Bienalidade - A queda se deve à bienalidade da cultura, considerando a elevada produtividade alcançada na safra anterior, particularmente na região de Patrocínio e Serra do Salitre, onde predominam lavouras de sequeiro. Nas lavouras situadas em municípios onde predominam áreas irrigadas, o efeito da bienalidade foi menos acentuado.
Um dos fatores que tem contribuído para reduzir a diferença da produção de café entre um ano de safra alta e outro de baixa no cerrado mineiro é o constante aperfeiçoamento tecnológico dos produtores, que resulta em crescentes níveis de produtividade. Além disso, os cafeicultores também estão investindo na renovação das lavouras, melhoria dos tratos culturais, controle eficiente de pragas e doenças e utilização de diferentes tipos de podas.
Na Zona da Mata, região Central, vales do Mucuri, Jequitinhonha e Rio Doce e Norte de Minas, os levantamentos de campo apontam para uma produção de 7,28 milhões de sacas de café, o que resultará em um aumento de 5,8%, quando comparada com a safra anterior, invertendo a tendência da baixa da produção esperada para a atual safra.
A expectativa de aumento da produção se deve às condições climáticas favoráveis predominantes a partir de outubro. Além disso, foi observada a retomada dos tratos culturais que foram incentivados pela recuperação dos preços do café.
Veículo: Diário do Comércio - MG