A Unigel anunciou um investimento de R$ 70 milhões para a iniciar a produção de uma nova resina no País, a ABS. Com esse produto em seu portfólio, a companhia espera aumentar o faturamento em R$ 330 milhões ao atender 50% do mercado nacional até 2015. Se essa previsão se confirmar, somente esta resina, que deve ser utilizada principalmente na indústria automobilística, representará 12,7% da receita da empresa se adotados os números do ano passado, que ficou em R$ 2,6 bilhões.
O investimento será feito para colocar uma nova linha de produção na fábrica de poliestirenos que a Unigel já possui no Guarujá, litoral de São Paulo, e cuja operação foi iniciada há apenas dois meses. De acordo com o diretor do Negócio de Estirênicos da companhia, Marcelo Bianchi, a nova planta terá capacidade instalada de 90 mil toneladas e está prevista para iniciar a fabricação em 2012.
"Vamos aproveitar a sinergia da unidade que começamos a operar em março deste ano para obter maior competitividade ante a concorrência internacional, já que não há produção de ABS no País", disse ele. "Essa sinergia vem do fato de já produzirmos entre 80% e 90% dos compostos que formam a nova resina, por isso, precisamos buscar no mercado interno apenas o polibutadieno que tem peso de 10% a 20% na composição final do novo produto", afirmou Bianchi.
Mercado
Dentre essas aplicações estão, além da indústria automobilística, a de eletroeletrônicos e de eletrodomésticos. Apesar de ser o mesmo mercado no qual outras empresas possuem resinas como a poliamida, Bianchi descarta a concorrência entre esses produtos, pois as especificidades são diferentes.
Segundo Bianchi, a Unigel já tinha a intenção de entrar nesse segmento de mercado. Um dos motivadores era justamente a falta de produtores dessa resina no Brasil, fato que levava à importação de 100% do que é consumido internamente. Em 2010, estimou ele, a demanda no Brasil foi de cerca de 85 mil toneladas de ABS e que por isso a Unigel poderá atender plenamente a demanda se ela manter-se nesse patamar até 2012. Mas segundo ele mesmo, o consumo está em alta e deverá ultrapassar esse nível. "Do total, deveremos conquistar 50% em três anos, o restante da produção será destinada a países como a Argentina", disse.
Essa unidade da Unigel fica dentro do complexo da Dow na cidade litorânea. Esse histórico de investimentos por meio de aquisições da empresa comandada pelos Slezynger tomou força em 2008, quando iniciou uma integração da cadeia produtiva de estirênicos ao adquirir uma fábrica da própria Dow na Bahia que estava parada e, um ano depois, a unidade de estirenos, no País, da alemã Basf.
Veículo: DCI