A safra gaúcha de arroz superou 9 milhões de toneladas neste ano, volume recorde para o Estado.
A produtividade atingiu 7.700 quilos por hectare, também recorde, o que deu ao Rio Grande do Sul oferta muito grande do cereal.
Os preços do produto, que já não tinham sustentação, passaram a sofrer uma nova pressão de baixa.
A saca do produto em casca chega a ser negociada a valores inferiores a R$ 18 em algumas regiões do Estado.
Para o presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), Claudio Pereira, esses preços são insustentáveis no campo. O custo variável de produção é de R$ 23 por saca, e o valor mínimo estipulado pelo governo é de R$ 25,80.
Os preços internos são ainda mais achatados pelo volume também recorde do Uruguai e da Argentina, países que destinam boa parte da produção para o Brasil.
Diante dessa superoferta de produto e baixa de preços, o governo colocou o arroz como um dos produtos prioritários na política de comercialização. Nesta semana, serão implementadas novas medidas que englobam leilões de opções público e privado.
As medidas desta semana reforçam outras já tomadas anteriormente. Se forem todas concretizadas, os R$ 700 milhões de crédito que serão canalizados para o setor deverão retirar 3,36 milhões de toneladas do mercado.
Destas, 500 mil são leilões de opções e devem ficar no mercado, mas o restante poderá ter como destino o mercado externo. Só o PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) deverá retirar 2 milhões de toneladas do Estado.
Pereira acredita que essas medidas do governo devem tirar a pressão de oferta.
Com isso, os produtores podem pagar as contas e segurar parte do arroz para ser comercializado no segundo semestre deste ano.
A retirada de arroz do mercado gaúcho dará maior sustentação dos preços aos produtores, acredita ele.
Veículo: Folha de S.Paulo