Leguminosa não necessita de grandes áreas de plantio.
Por ser uma leguminosa com grande valor comercial e que não demanda grandes áreas para o plantio, o cultivo da ervilha se enquadra no perfil da agricultura familiar. O fato pode ser comprovado em Camanducaia, no Sul de Minas, onde cerca de 50 produtores do segmento, assistidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, estão envolvidos na atividade.
O município tem hoje cerca de 80 hectares ocupados só pela cultura da ervilha de grão, e os produtores locais atendem principalmente a demanda do Estado de São Paulo. Isso acontece devido à proximidade geográfica. A capital paulista fica a 165 quilômetros de Camanducaia, enquanto a capital mineira fica a 400 quilômetros do município.
A ervilha produzida em Camanducaia é da espécie Utrillo, que é importada e tem qualidade superior às demais, sendo utilizada in natura. Cofnorme explica o engenheiro agrônomo da Emater-MG, Hélio João de Farias Neto, conduzida sob tutoramento, é uma cultura que pode ser bem praticada pela agricultura familiar, pois não precisa de grandes áreas.
Além disso, a cultura tem bom valor comercial, uma vez que agrega grande utilização de mão de obra nos desbastes, capinas e amarrios (estacas de sustento) freqüentes. Segundo o extensionista, a ervilha de grão também produz o ano inteiro, mas tem de ser plantada no sistema de rotação, intercalando o plantio com três a quatro ciclos de outra cultura, para evitar doenças e pragas.
Mercado - Ainda de acordo o agrônomo da Emater-MG, as ervilhas de Camanducaia abastecem principalmente a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Ceasa de Campinas. Em média são produzidos cerca de 500 sacos (de 10 kg) de vagens por hectares.
Conforme Farias, o valor de comércio do grão é muito bom. Cerca de R$ 20 a R$ 60 por cada sacode ervilhas sem debulhar. Ele acrescenta que a cultura da ervilha de grão colabora para a diversificação na agricultura do município, onde já são destaques as lavouras de batata, brócolis, couve-flor e cenoura.
O produtor familiar Ronaldo Benedito Cardoso confirma o bom retorno no plantio da leguminosa. Segundo ele, é um bom negócio, pois essa é uma cultura que produz o ano inteiro a um custo menor que outras. Um quilo de semente rende 30 quilos de sementes, o que já diminui o custo de produção. A produção é toda vendida para a Ceagesp. Ele também revende a produção que compra de outros agricultores do município.
Veículo: Diário do Comércio - MG