Pulverização de recursos e rápida transformação social levam marcas a buscar alternativas nos rótulos
A embalagem se tornou componente do modo de vida contemporâneo e, hoje, acompanha tendências de moda, de comportamento, de inovação e de outras ações cotidianas do consumidor. A transformação social é ágil e a embalagem tornou-se um importante canal de difusão de informação. “Há diversos canais por onde a empresa pode se comunicar e nemsempre é simples saber onde os consumidores estão, se você se comunica pela embalagem, 100% deles com certeza ouvirão a mensagem”, diz Fábio Mestriner, coordenador do núcleo de estudos em embalagem da ESPM.
A fragmentação dos recursos de marketing são outro agravante. “Hoje a verba é distribuída em um número bem maior de mídias, o que exige que os profissionais façam mais com menos e torna as embalagens ainda mais relevantes”, afirma Mestriner. Inseridas neste contexto, asmarcas têm buscado alternativas e começam a traçar um novo caminho para as embalagens.
Com a campanha “Faz Bem Saber”, a Nestlé passou a inserir no rótulo de seus produtos informações e dicas nutricionais. “O que quer que esteja impresso no rótulo, já fará parte do custo da embalagem, portanto é publicidade a custo zero”, diz Mestriner. A iniciativa foi aplicada após um estudo que constatou que a palavra que melhor representava a empresa na mente do consumidor era nutrição. “Desta forma, a Nestlé aplicou a campanha mundialmente e, só aqui no Brasil, replica mais de sete bilhões de mensagens ao ano”, afirma.
Hoje as embalagens vão além da proteção e transporte do produto, mas serve como apoio ao marketing e, no ponto de venda, a ordem é atrair a atenção do consumidor. As embalgens que não mudam por mais de dois anos já são consideradas artigos de colecionador. “Sugerimos que elas (embalagens) sejam revistas a cada ano, ou até menos, dependendo do ramo em que esteja inserido o produto”, diz Carlos Zardo, coordenador do comitê de design da Associação Brasileira de Embalagens (Abre).
Veículo: Brasil Econômico