Produção de alho sofre concorrência chinesa

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Safra deste ano ficará praticamente estável em relação ao ano passado.

 

A produção de alho neste ano em Minas Gerais ficará praticamente estável em relação à obtida na safra passada, com pequena variação negativa de 1,2%. O recuo também foi verificado na área plantada, que teve queda de 1,65% na comparação com 2010. O Estado deve colher, em 2011, cerca de 18,8 mil toneladas do produto. A área ocupada pela cultura é de 1.608 hectares. A concorrência chinesa é a principal causa da estagnação no Estado.

 

De acordo com o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão de Minas Gerais (Emater-MG), unidade de São Gotardo, no Alto Paranaíba, Marco Antônio Carvalho, a estagnação na produção mineira é atribuída à concorrência com o produto chinês, que chega ao mercado brasileiro com preços mais atraentes.

 

A diferença de valores faz com que os produtores mineiros percam a competitividade e para evitar o descarte da produção optam por reduzir os preços, o que gera prejuízos. A concorrência é considerada desleal, uma vez que a produção de alho no país asiático é subsidiada. Cerca de 80% da produção mundial de alho são provenientes da China. O grande desafio para os produtores mineiros é reduzir os custos de produção, mantendo a produtividade e a qualidade altas.

 

"A concorrência com o produto chinês desestimula o incremento da produção mineira. Caso fossem implantadas barreiras para controlar o ingresso do produto asiático, o cenário poderia ser diferente, um uma vez que ao mercado consumidor é promissor", disse Carvalho.

 

O alho produzido no Brasil é insuficiente para abastecer o mercado interno. O país é o terceiro maior importador do produto chinês, perdendo apenas para a Indonésia e para os Estado Unidos. Em 2010, o país importou cerca de 150 mil toneladas, o que custou em média US$ 90 mil.

 

Custos - Minas Gerais tem papel fundamental na produção de alho, respondendo por cerca de 20% da produção nacional e ocupando o segundo lugar no ranking produtivo, atrás apenas de Goiás. Para Carvalho, o Estado possui clima e geografia favoráveis para a expansão da cultura.

 

Um dos principais pontos que impedem o crescimento da produção no Estado, além da concorrência com os chineses, é o alto custo para a implantação da cultura. De acordo com Carvalho, para produzir um hectare de alho são necessários investimentos que variam entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

 

A cultura, porém, é vantajosa caso o produtor invista em tecnologia e na utilização de sementes de alta qualidade, o que impulsiona a produtividade média e reduz os custos de produção.

 

Segundo Carvalho, a média produtiva do município de São Gotardo, que é o quarto maior produtor de alho no Estado, é de 15 mil quilos de alho por hectare enquanto no Estado a média produtiva fica em torno de 11,7 mil quilos. A produção no município neste ano deverá alcançar 1,5 mil toneladas que serão cultivadas em um espaço de 100 hectares.

 

"O produtor que investe no processo produtivo consegue obter lucro no final da safra. O custo de produção de cada hectare gira em torno de R$ 60 mil. Com a alta produtividade e preços em torno de R$ 5 a R$ 6 por quilo, o alho pode render ao produtor cerca de R$ 90 mil por hectare", disse Carvalho.

 

A principal região produtora do Estado é o Alto Paranaíba, com o município de Rio Paranaíba se destacando com uma safra de 5.250 toneladas e 350 hectares em produção. Em segundo lugar vem Campos Altos, onde serão colhidas 4.050 toneladas de alho neste ano. A produção também é significativa em Santa Juliana, com 3.250 toneladas em uma área de 250 hectares.

 

O plantio da safra deste ano em Minas Gerais ocorreu em março e o início da colheita está previsto para o final de junho. Até o momento, as condições climáticas foram favoráveis para o desenvolvimento da cultura.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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