Farmácias e drogarias do Grande ABC estão apostando forte no segmento de beleza. Um retrato disso é que produtos como cosméticos e perfumes já representam até 25% do faturamento, o que torna o canal farma menos dependente das receitas vindas exclusivamente da venda de remédios.
Para explorar esse nicho de mercado, as lojas estão investindo na mudança de layout e abrindo mais espaços para expor hidratantes, loções, xampús, desodorantes e demais produtos fabricados pela indústria da beleza.
Segundo a Assodfarma Grande ABC (Associação dos Proprietários de Drogarias e Farmácias do Grande ABC), a cada dez pessoas que entram em uma farmácia, três estão em busca de cosméticos e perfumaria.
“Isso começou a partir de 2000. O mercado está seguindo a tendência dos estabelecimentos norte-americanos e passou a apostar na venda de cosméticos”, explica o presidente da entidade, Osvaldo Praxedes. “Tivemos de reinventar o negócio”, disse.
Mas a mudança mais importante nesse contexto é o preço. “Quem pensa que os supermercados cobram mais barato que as farmácias está enganado. Podemos encontrar preços promocionais nas drogarias também”, afirma Praxedes.
Mais gôndolas
A reinvenção do negócio se baseia no aumento do espaço reservado a cosméticos e perfumes. Hoje, tinturas, perfumes e cremes para o corpo saltam aos olhos de quem entra em uma farmácia.
Os estabelecimentos remodelaram todo o layout para valorizar um mix de produtos voltado para os cuidados com o corpo. A invasão desses produtos retrata o crescimento de cada mercado.
Incremento nas vendas
Enquanto as vendas de medicamentos aumentaram 10,82% (R$ 6,4 bilhões) no ano passado ante 2004, o setor de cosméticos, higiene pessoal e perfumaria registrou avanço de 14,5%, totalizando R$ 14,7 bilhões em 2005.
Na avaliação do gerente da Pró-pharmacos, com 12 unidades espalhadas no Grande ABC, Luis Carlos Galvão Bueno Júnior, a maior participação de cosméticos nas vendas das farmácias explica-se pela participação crescente da mulher no mercado de trabalho e o conseqüente aumento da renda desse público.
“Mais de 80% das pessoas que compram em farmácias e drogarias são mulheres preocupadas com a auto-estima.”
Veículo: Federação Brasileira de Farmácias