Importação dos enfeites de Natal foi feita antes da alta da moeda, e comércio promete conter os preços
Se depender dos preços, a decoração de Natal de 2008 está garantida. De acordo com comerciantes, as recentes altas do dólar não vão influenciar nos valores dos produtos.
Pierre Sarruf, diretor da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), principal pólo de comércio popular da capital, afirma que as vendas tiveram início em setembro, o que significa que as negociações dos lojistas foram feitas bem antes, por volta de julho ou julho, afirma.
Sarruf diz que os contratos para importação foram fechados quando a moeda americana estava, em média, a R$ 1,70 e os estoques das lojas estão bem abastecidos para fazer frente à demanda provocada pelas festas de fim de ano. Ele espera um crescimento de 6% nas vendas em relação ao ano passado. “Quem for às compras para decorar a casa não terá surpresas”, garante.
Para Jean Makdissi Júnior, primeiro-secretário da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás) as recentes elevações da moeda americana não terão reflexo considerável sobre os preços de pisca-piscas, Papais Noéis e outros enfeites que decoram as casas no Natal.
Ele afirmou que, à exceção de possíveis negociações diferenciadas, com prazos de pagamento para este ou os próximos meses, tudo foi comprado com antecedência, quando o dólar ainda apresentava valores inferiores ao atual. Makdissi também espera crescimento nas vendas este ano que, prevê, devem ficar até 7% acima do registrado no ano passado.
As lojas Extra e Pão de Açúcar também comercializam enfeites de Natal. Com preços para todos os bolsos - entre R$ 0,99 e R$ 99 -, o grupo promete oferecer mais de 200 itens a partir desta semana.
O Wal-Mart informou, por meio de nota, que “os itens de decoração natalinos não sofreram com a alta do dólar, já que os produtos foram negociados há seis meses”.
Reposição de estoques
O economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios, não tem a mesma opinião dos dirigentes do comércio. Segundo ele, a alta da moeda americana deve influenciar nos preços. Leite acredita que os aumentos deverão ocorrer porque os lojistas e varejistas precisam de recursos para repor os estoques e devem aproveitar o momento para “fazer caixa”.
Leite afirma que tudo vai depender da demanda. Ele não acredita em um mercado superaquecido neste fim de 2008 e que tal característica, aliada à provável queda do dólar, fará com que os preços recuem quanto mais próximo do Natal. “Quem for comprar para revender talvez não possa aguardar muito, mas os consumidores que podem esperar devem fazê-lo, pois só têm a ganhar”, diz.
A reportagem do JT procurou outras redes que vendem itens de decoração de Natal. O Carrefour informou que não comenta política de preços. A rede Sonda não retornou aos pedidos de informações e entrevistas.
Veículo: Jornal da Tarde