A Sondagem do Comércio Lojista de Belo Horizonte, divulgada na última quarta-feira pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), revelou que 62% dos lojistas entrevistados confirmaram que o faturamento cresceu em maio frente a abril.
Dentro dos setores pesquisados, o varejo ligado ao segmento de vestuário apresentou o melhor resultado de crescimento do faturamento em maio frente a abril (14,9%) e, na outra ponta, o comércio de móveis e artigos de decoração registrou o pior desempenho para o período (-3,7%).
Para junho, a expectativa de 44% dos empresários também é de crescimento, o que mostra que as medidas contencionistas do governo federal ainda não impactaram de forma relevante o desempenho de vendas dos lojistas da Capital. Outros 48% adotaram posição mais conservadora, com projeção de desempenho igual ao de maio e apenas 8% acreditam que o resultado será pior.
Para a coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, "o varejo belo-horizontino não apresentará números de crescimento robusto neste ano, mas o cenário continua favorável para o consumo". Se por um lado, segundo ela, a adoção de uma política de arrocho monetário poderia desestimular o consumo, por outro, o comércio está trabalhando com margens apertadas porque o mercado está mais competitivo.
Fluxo de caixa - Para 63% dos entrevistados, a situação financeira em maio, que reflete o fluxo de caixa, manteve-se nos mesmos níveis dos meses anteriores. Já para 31% foi melhor contra 18% da sondagem anterior. Ao todo, 46% dos empresários acreditam que irão repetir a situação financeira em junho. E para 47% ela irá melhorar. Apenas 7% acreditam que poderão enfrentar um fluxo mais apertado de capital de giro.
Em relação à composição de estoques, 76% dos lojistas responderam que fecharam maio com níveis ideais. O patamar registrado em igual mês de 2010 foi de praticamente o mesmo. O percentual de empresários que fecharam o mês passado com estoques acima do esperado ficou em 21% e abaixo do desejado 3%.
O estudo revelou também que os investimentos em estoques de mercadoria que seriam comercializadas neste mês mantiveram o mesmo volume para 86% dos entrevistados. Já 14% dos lojistas aumentaram o volume em relação ao mês anterior. A mediana do aumento foi de 10% em relação a maio.
Para 97% dos lojistas consultados da capital mineira, as negociações de estoques em junho devem ocorrer nos patamares de preços atuais, sem grandes alterações. Dos entrevistados, 3% estimam aumentos em torno de 5%. Ainda de acordo com o levantamento da Fecomércio Minas, para este mês 98% dos lojistas planejam manter a equipe e apenas 2% projetam aumentos.
A sondagem da Fecomércio Minas foi realizada entre os últimos dias 6 e 10, junto a 300 lojistas dos segmentos de vestuário, discos, calçados, brinquedos, óticas, supermercados, farmácias, perfumarias, material esportivo, artigos de viagem, móveis e artigos de decoração, em estabelecimentos localizados no centro da Capital, Savassi e shopping centers. A margem de erro é de 6% para a amostra com intervalo de confiança de 95%.
Veículo: Diário do Comércio - MG